♠️CAPÍTULO TRÊS ♥️

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O corset preto sobre a camisa branca transparente de mangas compridas apertava a minha cintura e a calça justa era muito colada. Me perguntei porquê ele fez me vestir assim se nem mesmo ele usava essas roupas.

Não estava ruim e eu me sentia até que bonito, mas queria saber o que o levou a achar que esse era o meu estilo.

Meu celular estava em quinze porcento e eu havia conseguido tirar ótimas fotos do labirinto antes de desligar. Tinha muitas pessoas do reino reunidas no campo para um jogo de croquet, a grama é verde brilhante, com arcos de diferentes tamanhos e formatos decorados com flores vibrantes e estampas psicodélicas.

Minho me acompanhava. Na verdade ele não saiu do meu pé desde que cheguei.

— Por que me deu roupas tão apertadas? — o segui pelo campo.

— Porque eu quero — fez pouco caso. — Agradeça por eu não ter te deixado sem. Eu adoraria te ver pelado.

Meu queixo caiu, olhando-o sem saber o que dizer.

O rei sorri, analisando-me com diversão.

Ele não deve ter falado sério. Não que eu achasse que o povo daqui pensasse que os bebês vem da cegonha, mas eu não esperava isso vindo de um rei que julguei ser um rabugento celibato.

Não demorou para que pessoas com visuais esquisitos se aproximassem para tomarem um tempo da atenção do rei. Eu teria ficado entediado se não estivesse tão atento em observar como são as coisas por aqui.

Coisas estranhas e malucas são tão normais nesse lugar. É tudo tão  completamente fora de realidade.

As pessoas agiam de modo exagerado, muitas vezes até sem sentido e não tinham filtros em falar o que pensam, como se simplesmente deixassem os pensamentos intrusivos vencerem e era assustador como certas coisas eram normalizadas.

— Está me evitando — um rapaz alto e loiro veio falar com Minho. Seu rosto parecia ser de inteligência artificial e ele não fazia muitas expressões.

— Não estou te evitando, Keiron — respondeu em desinteresse. — Mas pense como quiser, eu não dou a mínima.

Keiron finalmente nota a minha presença e seu olhar me mede com desprezo.

— Brinquedinho novo?

Por algum motivo ele tenta me humilhar.

Brinquedinho? Esse maluco nem conhece e já acha que pode me tratar assim? Eles estão enganados se acham que não vou revidar e aguentar desaforo calado. Ainda por mais gente que nem conheço em um mundo que não existe.

— Sim, eu sou o brinquedinho novo e favorito que diverte ele bem melhor do que você agora — sorrio irônico, o veneno na ponta da língua. Nem eu acredito no que estou dizendo. — Ao contrário de você que já perdeu a graça e o enjoou, eu estou fazendo um bom trabalho.

Escutei a risada do rei. Keiron me fitava com puro ódio.

— Que nojo — bateu o pé e saiu enfurecido.

Eu que estou nojo de mim por ter falado aquilo. Minho estava me olhando e meu estômago embrulhou.

Droga, eu não deveria ter sido tão subterrâneo.

— O que foi? — seu olhar sobre mim incomoda.

— Você me fascina — sorriu de canto, esquadrinhando meu rosto.

Me sinto estranho sobre isso. Estremeço quando ele bate palma e vocifera.

— Cadê o Cookie?! Alguém viu o meu gato por aí?!

A MALDIÇÃO DE COPAS ♠️ minsung Onde histórias criam vida. Descubra agora