Hoje o dia começou diferente. Na verdade, as vezes dias como esse poderiam ser considerados comuns para mim. O meu problema sempre foi pensar demais em coisas que já haviam acontecido, era como uma tela pausada sabe? Na verdade, travada. Eu era um filme travado em partes especificas da minha vida.
- Abriram vagas para o time feminino da escola. - Felix me entregou uma folha de inscrição assim que fechei meu armário.
- Que legal. - Esbocei um sorriso falso que não pude manter por muito tempo, entregando a folha de novo a ele.
- Você me disse que amava jogar bola Ree.
- Ele me puxou e começamos a andar pelos corredores em direção a sala.
- AmaVA. - Dei ênfase a palavra. - No passado.Nossa conversa foi interrompida pela cena de Martha passando pelos corredores da escola rodeada de olhares perfurantes de todos ali presentes. Ela parecia estar normal.
Decido segui-la deixando Felix perdido em meio à multidão infestada no corredor.
- Ei! - Chamei ela. - Martha!
Ela continua seu caminho até seu destino me ignorando, talvez de maneira involuntária já que estava com fone.
- Martha! - peguei em seu ombro.
Ela se virou assustada e me empurrou bruscamente.
- Calma.- Eu não estou com tempo sobrando para receber mais ódio gratuito Ree. Principalmente de você. - ela continuou até entrar no banheiro, então acompanhei a mesma.
- Eu quero conversar. - é claro que isso sairia meio contraditório.
- Sério? - ela abriu aqueles olhos redondos marrom e riu como se estivesse ouvindo uma piada.
- E desde quando? - ela jogou suas coisas na pia do banheiro.
- É sobre o trabalho do professor Parker. - Nesse momento me senti uma idiota, mas essa foi a única desculpa que pude dar.
- Nossa Ree. - Ela gargalhou exasperada, e aquilo me deixou constrangida de fato. - Você acha que eu estou preocupada com isso?
Tentei dizer algo, mas não consegui fazer com que as palavras saíssem. E ela ficou lá esperando, até que não pode mais fazer isso e saiu.
Então foi isso que ela sentiu naquele dia, um sentimento tão estranho. Um sentimento que não poderia ser descrito.
***
5 anos atrás...
Meus pais estavam passando por umas coisas ruins. Meu pai foi ex-fuzileiro da marinha, serviu os Estados Unidos e participou de uma campanha no Iraque. Foi onde ele conheceu Sonya Marcondes, minha mãe.
Embora minha mãe tenha servido ao exército naval como médica de trauma onde conheceu meu pai, ela havia passado por um tratamento pós-traumático.
E meu pai nunca havia demonstrado estar ferido psicologicamente segundo ela.
Depois eu nasci e eles decidiram ter um tempo para mim. Então minha mãe encontrou um trabalho no hospital de Santa Mônica, e reencontrou sua melhor amiga Mary Stuart, logo descobriram que suas filhas nasceriam no mesmo ano só que em meses diferentes.
Nossas mães viviam juntas, então não demorou para que nos conhecêssemos.
- Reenood. - Martha repetiu o meu nome com certa estranheza.
- Gostei do seu nome. É muito bonito.
- O seu também é muito bonito. - acariciei seu cabelo.
Estávamos brincando de boneca na sala de estar. Nós sempre nos divertíamos muitos quando nossas mães se juntavam. Eu sentia uma segurança indescritível ao lado de Martha. Ela me contava várias histórias para que pudesse dormir e me abraçava para me proteger.
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Minha Vida Em Mount Count
RomanceRee se muda novamente para o EUA após visitar sua vó materna com o intuito de criar feridas geradas no passado. É claro que a jovem não teve escolha e teve que seguir a mãe, que acabara de casar novamente. E quando chega em Mount Count, todo o seu p...