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PH

Eu tava na casa do Maicon, relaxado no sofá enquanto ele terminava de enrolar um baseado. A fumaça já começava a subir, deixando o ar pesado com aquele cheiro familiar. A noite anterior ainda rodava na minha cabeça como um filme que não dava pra desligar. O corpo dela, a entrega... tudo ainda tava marcado na minha pele.

Não tinha sido só uma foda.

Maicon acendeu o baseado, deu uma tragada profunda e soltou a fumaça devagar, me olhando de lado, curioso com o meu silêncio.

— Qual foi, PH? Tá com cara de quem fez merda. — ele disse, com um sorrisinho de canto de boca.

Eu ri, balançando a cabeça, mas sabia que não ia conseguir segurar aquela história por muito tempo.

— Você não vai acreditar. — comecei, sentindo o riso subir pela garganta. Eu tinha que contar isso de uma vez.

— Conta logo, caralho. Não enrola não. — Maicon insistiu, com a curiosidade estampada no rosto.

Respirei fundo, tomando coragem pra soltar a bomba.

— Peguei a mãe da Amélia. — soltei, rindo ao ver a expressão de choque no rosto dele.

Por um momento, Maicon só me encarou, como se estivesse tentando processar o que eu tinha acabado de dizer. Então, do nada, ele explodiu numa gargalhada tão alta que eu quase fiquei surdo.

— Que porra é essa, PH? — ele riu tanto que começou a tossir, quase deixando o baseado cair no chão. — Você tá de sacanagem, né?

— Tô falando sério, mano.

Maicon balançou a cabeça, ainda rindo, mas um pouco mais sério agora.

— Você foi pegar logo a sogra do Pesadelo? Que porra tu tem na cabeça?

Eu dei de ombros, soltando a fumaça devagar.

— Sei lá, Maicon. Rolou, tá ligado? A mulher é gostosa, não dava pra resistir... Eu já tava de olho nela há um tempo.

Maicon riu de novo, mas dessa vez foi uma risada curta, quase nervosa.

— Gostosa ela é, mas você tá fodido, mano. O Pesadelo vai te matar quando descobrir.

Eu sabia que ele tava certo, mas ao mesmo tempo, não conseguia me arrepender do que tinha feito. Aquela noite tinha sido uma das melhores da minha vida, e eu não tava disposto a abrir mão disso tão fácil.

Antes que eu pudesse responder, a porta da casa do Maicon se abriu, e lá estava ele, Pesadelo.

— Qual é? O que tá pegando? — ele perguntou, mas pela cara dele, eu sabia que ele já tava sabendo de alguma coisa.

Maicon deu uma olhada pra mim, como se dissesse "boa sorte", e eu soube que ia ter que abrir o jogo.

— Nada demais, só falando de ontem à noite — comecei, mas o olhar do Pesadelo me cortou.

— Ontem à noite? — ele repetiu, a voz baixa, mas perigosa. — Que porra você aprontou agora, PH? Por acaso é sobre você a mãe da minha mulher entrando no seu carro?

Eu sabia que não tinha como fugir. Respirando fundo, resolvi ser direto.

— Então alguém viu a gente saindo juntos e foi fazer fofoca. — constatei.

Pesadelo me encarou, e por um segundo, eu achei que ele ia me dar um soco na cara. Os músculos dele estavam tensionados, os punhos cerrados ao lado do corpo. Maicon, que estava ao meu lado, parou de rir imediatamente, sentindo a tensão aumentar.

Desejo Proibido: A história de Jussara e PHWhere stories live. Discover now