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JUSSARA

Deitada na minha cama, nua, com Pedro ao meu lado, eu me peguei pensando em como minha vida tinha virado de cabeça para baixo nos últimos dias. Desde aquela primeira vez que nos envolvemos, ele tem vindo aqui todos os dias, sempre escondido, sempre na surdina.

Cada encontro era como uma tempestade, intensa, cheia de desejo e... culpa.

Mas, ao mesmo tempo, eu não conseguia resistir. Toda vez que ele aparecia, toda vez que seus olhos encontravam os meus, eu sentia meu coração acelerar, meu corpo tremer.

Enquanto ele rolava para cima de mim, beijando minha boca com aquela paixão que fazia meu corpo inteiro vibrar, ele suspirou, seus lábios ainda próximos dos meus, e murmurou algo que fez meu coração parar.

— O Pesadelo já sabe da gente.

Meu corpo enrijeceu, e o sorriso que eu tinha no rosto se desfez. Num impulso, levantei rápido, sentando no cama. O pânico começou a tomar conta de mim.

— E a Amélia? Ela sabe? — perguntei, minha voz trêmula.

O que aconteceria se minha filha descobrisse? Como ela reagiria?

PH balançou a cabeça, sua expressão séria, mas calma. Ele estava sempre tão seguro, tão firme, como se nada pudesse abalar ele. Eu invejava isso.

— Não, ela não sabe. — Suas palavras me trouxeram um alívio momentâneo, mas não o suficiente para afastar o medo que se instalava no meu peito.

Suspirei, tentando organizar meus pensamentos. Não podia deixar que isso chegasse até minha filha. Amélia não podia saber do que eu e PH estávamos fazendo. A última coisa que eu queria era machucar minha filha, de novo.

— Bom. — suspirei, aliviada. — Eu não quero que ela saiba sobre isso.

Isso, né? — PH perguntou, sua voz cortando meus pensamentos. — O "isso" sou eu?

Tentei me explicar, mas as palavras ficaram presas na minha garganta. Como eu poderia dizer a ele que sim, era ele o problema? Que nossa relação era o segredo sujo que eu temia que o mundo descobrisse? Mas ele não me deu tempo para eu encontrar uma forma de suavizar a situação.

— Eu sou seu segredinho sujo, Jussara? — Ele brincou, mas havia algo de sério em seu tom, uma ponta de mágoa talvez.

Comecei a gaguejar, minha mente girando em mil direções. Como explicar que, para mim, isso não era sobre ele, mas sobre o que os outros poderiam pensar? Sobre como eu estava dividida entre o desejo de viver esse sentimento e o medo das consequências?

— As pessoas podem achar estranho a gente junto. — consegui dizer, mas minhas palavras saíram fracas, sem convicção.

Ele não era do tipo que se importava com o que os outros pensavam, mas eu... eu sempre fui. E esse era o meu maior conflito.

Ao invés de se afastar, ele se aproximou, seus dedos roçando minha pele, fazendo um arrepio percorrer meu corpo.

— Foda-se o que os outros pensam. — Ele declarou, sua voz firme, como se a opinião alheia não tivesse importância. — Se você for viver pensando na opinião dos outros, nunca vai ser feliz, sabia disso?

Eu queria acreditar nele, queria ter a mesma confiança que ele tinha. Mas a vida me ensinou que os julgamentos das pessoas podiam ser cruéis, que as palavras podiam machucar tanto quanto os atos. E eu sabia que, se nossa relação viesse à tona, as consequências seriam desastrosas.

— Eu sei, mas eu não sei se consigo. — confessei, minha voz quase um sussurro. Eu sabia que ele estava certo, que eu precisava parar de me preocupar tanto com o que os outros iriam pensar. Mas como?

Desejo Proibido: A história de Jussara e PHWhere stories live. Discover now