2. luxúria

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                      LIAM POV 

Minha atração indesejada por Zayn estraga toda a minha diversão em tê-lo cativo no porão da cabana. Mas então, se eu não tivesse me sentido extremamente atraído por ele em primeiro lugar, eu nunca o teria deixado me foder. Ainda não tenho ideia de por que fiz isso. Claro, eu estava com tesão, mas mesmo assim, fazer sexo com meu alvo foi idiota.

Arriscado. Ainda assim, mesmo no porão agora há pouco, o cheiro dele fez algo estranho comigo. Fui duas vezes mais cruel com ele por causa de como ele me afeta. Isso me irrita. Ele é apenas uma carta para ser jogada. Uma ferramenta a ser usada.
E eu adoraria usá-lo e usá-lo um pouco mais.

Estremeço e depois praguejo baixinho enquanto subo as escadas até a cozinha. Quando entro na sala, Enzo me olha inquieto, seus olhos amarelados brilham na penumbra. —Você teve uma boa conversa? — Ele pergunta.

Puxo uma cadeira da mesa de carvalho e me sento, colocando o aguilhão para gado em cima da mesa. —Ele é um idiota. — A cozinha é pequena. Possui armários de carvalho, bancadas de fórmica amarela e velhos eletrodomésticos verdes. Mas antiga ou não, é aconchegante.

—Isso deveria ser novidade? — Enzo ri.

—Todos os caras do Black Knives são idiotas. Eles acham que a merda deles não fede.

—Vou gostar de torturar aquele idiota.
— Levanto-me e vou até a cafeteira. Sirvo-me de uma xícara de café, ainda fervendo de raiva com o quão arrogante Zayn é. Ele parecia nem um pouco assustado. Isso me irrita. Ele já deveria estar fazendo xixi, como a maioria dos "visitantes" que tiveram o prazer de ficar aqui. Em vez disso, ele me fez sentir como se estivesse em vantagem. O que é ridículo.

—Eu me lembro do rosto daquele cara.
— Enzo toma um gole de café, parecendo pensativo. —No dia em que seu pai levou Nico, aquele cara meio que salvou minha vida.

Eu faço uma careta. — Que?

—É verdade. Depois que o Roberto me esfaqueou, aquele cara fez pressão no ferimento e me levou para o hospital.
Estreito os olhos e respondo: —Que porra você está dizendo? Você se sente leal a ele ou algo assim?

—De jeito nenhum. Não estou dizendo que sinto que devo a ele ou algo assim. —O suor brota no rosto de Enzo enquanto eu o encaro. —Eu simplesmente aprecio que ele não me deixou sangrar, só isso. Acho que ele nem se lembra de mim.

Eu coloco creme no meu café dando uma risada forte. —Parece-me que você se sente em dívida.

—Absolutamente não. Nem um pouco. — Ele engole em seco.

—Que bom que você se reuniu com seu salvador. Talvez eu devesse demitir você e Valentino pode lhe dar um emprego. Então você poderia trabalhar lado a lado com seu herói.

—Chefe, — Enzo parece nervoso, —só estou dizendo que o reconheci. Quero dizer, ele salvou minha vida e estou feliz por estar vivo. Mas minha lealdade é com você. Para a família Payne . Você deve saber disso.

Encosto-me no balcão, observando-o enquanto tomo um gole de café. Enzo trabalha para minha família desde menino. Ele provavelmente é leal a nós, mas nunca se sabe neste negócio. As pessoas podem sorrir na sua cara, prometendo lealdade eterna, enquanto enfiam uma lâmina entre suas costelas. É difícil confiar em alguém quando você está na máfia, mas confiança e lealdade também podem mantê-lo vivo. É uma vida complicada.

Quando não respondo, ele franze a testa. —Você confia em mim, certo? — Seus olhos brilham enquanto ele segura meu olhar. —Eu morreria por você, chefe. Você sabe disso.

Fool's Gold - ziamOnde histórias criam vida. Descubra agora