Fool's Gold - ziam

13. carro

                        ZAYN POV

Vejo o carro logo antes do impacto. Não tenho tempo de evitar o veículo, mas tenho tempo de pisar fundo no acelerador. Essa única ação nos salva de sermos atropelados pelo ele. O outro carro bate na traseira direita do nosso, fazendo-nos girar descontroladamente no centro do cruzamento.

O pânico toma conta de mim porque o lado do carro de Liam foi atingido. Graças a Deus ele estava com o cinto de segurança colocado e o air bag acionado. Mas ele não emitiu nenhum som quando o veículo bateu em nós, e não fez nenhum desde então. Rezo para que ele esteja bem.

Com o impacto, bato a cabeça na lateral do carro. Felizmente, o airbag disparou instantaneamente com um som semelhante ao de um tiro. Minha visão fica momentaneamente obscurecida quando o airbag abre. Há um cheiro acre no carro, semelhante ao cheiro de fogos de artifício. Sons de metal triturado e vidro quebrando enchem meus ouvidos.

O carro para e ouve-se o som do radiador sibilando e as pessoas do lado de fora do carro gritando. Liam geme, o que pelo menos me garante que ele está vivo. Precisamos sair do carro agora. Não faço ideia por que aquele carro nos atingiu. Isso foi realmente um acidente ou foi de propósito? Suspeito que seja o ultimo, simplesmente por causa da velocidade do outro veículo. Se for esse o caso, somos alvos fáceis dentro do carro.

Atordoado, me forço a soltar o cinto de segurança e abrir a porta. Deslizo para fora do carro e fico de joelhos. Sentindo-me tonto, tiro minha Glock do paletó. Sinto gosto de sangue e suspeito que mordi a língua com o impacto. Dou a volta no carro, indo para a frente. O carro bateu na traseira do nosso, então dar a volta pela frente parece mais inteligente. Preciso chegar até a porta de Liam antes que alguém o faça. Ao longe ouço sirenes e, ao dar a volta na frente do nosso carro, vejo que Liam está saindo cambaleando do veículo.

O pânico passa por mim quando também vejo um cara grande com sangue no rosto, saindo do outro carro. Ele imediatamente se move na direção de Liam, e cerro os dentes quando ele saca uma arma.

—Merda, — eu digo baixinho. Eu levanto minha arma e disparo dois tiros no peito do homem, e ele cai como um saco de batatas. Não tive muito tempo para mirar. Mas ele era grande, o que o tornava um alvo fácil. Ignoro os gritos dos espectadores e volto minha atenção para Liam.

Liam se encolheu ao som da minha arma, mas agora ele está apenas olhando para mim sem expressão. Há sangue escorrendo por sua bochecha e ele está obviamente atordoado. —Nós batemos? — Ele pergunta.

—Em tantas palavras. Você está bem?
— Olho além dele para o veículo branco. Não vejo mais ninguém no carro, mas o cara em quem atirei saiu pelo lado do passageiro. Tem que haver outro cara. Ele foi embora ou está escondido por perto? Talvez ele esteja fingindo ser um espectador. Talvez ele esteja mirando na minha cabeça neste exato momento.

—Vamos, — rosno, agarrando o braço de Liam. —Precisamos sair daqui antes que a polícia chegue.

Ele concorda. —Certo.

Eu o puxo atrás de mim, indo em direção à calçada. As sirenes estão se aproximando. Precisamos nos apressar. O veículo e o registro não levarão até mim. Contanto que saiamos daqui antes que a polícia chegue, estaremos bem. Valentino tem alguns policiais no bolso, mas nunca se sabe quem vai aparecer. É mais fácil saltarmos antes que alguém possa nos impedir.

Sigo na frente por um beco ao lado de uma loja de roupas. Eu verifico atrás de nós a cada poucos segundos. Não parece que alguém esteja nos seguindo. Enquanto corremos, tiro meu celular do bolso de trás e ligo para Valentino.
Ele atende no terceiro toque. —Olá?

—Alguém acabou de tentar matar Liam, — rosno ao telefone.

Há silêncio e então: —Onde você está?