9. negociação

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                       ZAYN POV

Valentino não fica feliz comigo quando entro em sua biblioteca. Ele está sentado perto da lareira, de mau humor. Geralmente nos damos bem.

Nosso relacionamento é mais de irmãos do que de chefe e empregado, e às vezes os limites ficam confusos. Mas não somos irmãos. Ele é o líder dos Black Knives e é importante que eu me lembre disso. É perigoso não fazer isso.

Não o culpo por estar chateado comigo. Comportei-me de forma imprudente com o Liam e agora o Valentino tem que lidar com as repercussões. Ao dar minha mordida em Liam, compliquei uma situação já complicada. Valentino não gosta de complicações, então agora estou na casinha do cachorro.

—Chefe, — digo suavemente, —tenho certeza de que eventualmente conseguirei falar com ele. Ele é jovem e acha que está certo. Isso o torna teimoso.

Ele faz uma careta para mim. —Ele nunca vai ver as coisas do nosso jeito. Você deve saber disso. Meu estômago se revira enquanto mantenho seu olhar ranzinza. Eu sei que as chances de Liam cair em si são mínimas. —Eu tenho que tentar.

—Você tem? — Ele funga com desdém.

—Eu digo para cortarmos a garganta dele e acabarmos com isso. Por que você não me deixa matá-lo? — Ele parece uma criança petulante. —Eu ficaria feliz em fazer isso. Você nem precisaria estar lá.

Cerro a mandíbula porque só de ouvi-lo falar sobre matar Liam faz os cabelos da minha nuca se arrepiarem. Preocupo-me com o que faria se ele tentasse. Eu não acho que seria capaz de ficar em silêncio. Mesmo que eu não consiga enfrentar Valentino, também não consigo imaginar permitir que ele mate Liam bem na minha frente.

—Se eu não tivesse dado minha mordida nele, ficaria muito feliz em matá-lo eu mesmo, senhor.

—Sim, mas você deu a ele sua mordida. — Ele estreita os olhos. —Isso foi imprudente da sua parte. O que diabos você estava pensando?

—Eu não estava pensando. — Sento-me em uma cadeira em frente a ele, encostado no apoio de braço. —Ele entrou no cio e eu entrei em frenesi.

—Isso explica por que você transou com ele, não por que você o reivindicou.

—Sim. — Eu faço uma careta, me sentindo tolo. —Sua mãe acha que podemos ser companheiros predestinados. Ela diz que provavelmente foi por isso que perdi o controle.

Valentino revira os olhos. —Sim, conheço bem as ideias absurdas de minha mãe sobre companheiros predestinados.

Acontece que sei que a mãe dele acha que ele e Nico são companheiros predestinados. Também sei que Valentino aceitou a ideia. Ignoro a pontada de irritação que passa por mim. Por que ele está disposto a aceitar Nico e está fadado, mas rejeita a ideia de que eu possa estar fadado a Liam?
Eu suspiro. —Quer estejamos fadados ou não, ele é problema meu.

—Ele também é problema meu, visto que ele me quer morto. — A expressão de Valentino é sombria. —De que você me serve se só está preocupado com aquele ômega? Preciso que meu segundo esteja no seu melhor. Se você é visto como fraco, então pareço fraco.

—Nenhum de nós é fraco, — reclamo. —E sou perfeitamente capaz de fazer o meu trabalho, Valentino.

—Você deveria tê-lo matado naquela montanha.

—Eu sei, mas não consegui. — Minha voz está cheia de frustração. Valentino tem todo o direito de estar irritado com a situação. Só espero poder mantê-lo calmo o suficiente para não matar Liam antes de encontrar uma solução que agrade a todas as partes envolvidas.

Fool's Gold - ziamOnde histórias criam vida. Descubra agora