6. cio

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                         LIAM POV

Enquanto Zayn engole sua sopa nojenta, dou uma olhada na lareira. Havia uma enorme pilha de madeira do lado de fora, encostada na casa. Meus dedos das mãos e dos pés estão gelados até os ossos. É ótimo estar longe do ar frio da noite, mas um fogo quente tornaria tudo muito melhor.

—Devíamos acender uma fogueira, — sugiro, endireitando-me.

Zayn para a colher a meio caminho da boca. —Muito arriscado. — Ele volta a comer como se o assunto estivesse decidido. Eu odeio quando ele faz isso. Ele parece pensar que sua palavra é definitiva, não importa o que esteja sendo discutido.

—Eu acho que isso seria bom.

Ele para de comer novamente e estreita os olhos. —Carlo e seus capangas poderam ver a fumaça. Não precisamos fazer nada que chame atenção. Só precisamos permanecer vivos o tempo suficiente para voltar à cidade.

—Existem outras cabanas por aí. Só porque eles sentem cheiro de fumaça não significa que saberão que somos nós, — resmungo.

—Mas isso poderia chamar a atenção deles, Liam. Então o que? Não temos armas de qualquer tipo. Devo me defender com uma colher de pau? — Ele balança a cabeça e termina a sopa. Ele coloca a frigideira na pia e a enxagua. Depois, apoia os cotovelos na beirada da pia, como se estivesse se sentindo fraco. —É muito arriscado.

Eu exalo impacientemente. —Bem, estou congelando.

—Verifique se há cobertores no quarto.

—Não há quarto. É só a cozinha, esta sala e o banheiro.

Ele faz uma careta. —Não há cama?

Eu rio de como ele parece desapontado. —Desculpe, princesa, não. Não há cama.

Ele se endireita em toda a sua altura, torcendo a coluna. —Aquela cama quase quebrou as minhas costas.

—Acho que é uma droga envelhecer, — murmuro, ainda olhando ansiosamente para a lareira preta. Ele está certo sobre a possibilidade de acender fogo fazer Carlo saber? O núcleo do meu corpo está tão frio que sinto que nunca mais vou me aquecer.

Ele entra na sala onde estou e olha para o sofá esfarrapado. —Isso parece um sofá-cama.

—Sim. Eu acho que é.

—Então há uma cama.

Ele vai até o sofá e agarra os travesseiros marrons gastos, jogando-os no chão. Depois de tirar todos os travesseiros, ele agarra a grossa barra preta em uma das pontas e a puxa. Há um barulho alto e agudo, e o sofá lentamente se desdobra em uma cama. O colchão é afundado no meio, mas há lençóis e um cobertor fino. Não é uma cama muito grande, provavelmente uma de solteiro, na melhor das hipóteses.

Ele coloca as mãos nos quadris. —É muito arriscado acender uma fogueira, mas podemos compartilhar o calor corporal.

Eu cerro minha mandíbula. —Compartilhar o calor corporal está se tornando uma coisa entre nós.

—Você pode dormir no chão. — Ele dá de ombros. —Mas estou dormindo no sofá.

Olho para os lençóis desbotados e o cobertor puído. —Deus sabe quem dormiu naquela coisa. Pode haver percevejos.

—Não. Está muito frio para insetos. Eles só conseguem sobreviver por um curto período em temperaturas frias.

Eu estreito meus olhos. —Você é apenas uma riqueza de informações inúteis, não é?

Ele me ignora e agarra o cobertor e os lençóis. Ele os tira da cama e sai. Então, um por um, ele os sacode. Eles estão empoeirados e ele tosse muito, mas não para até que não produzam muita poeira. Ele volta para dentro, dá outra tosse rouca e diz: —Novíssimo.
Reviro os olhos.

Fool's Gold - ziamOnde histórias criam vida. Descubra agora