Lizzy passou pela frente de sua antiga escola e visitou o centro da cidade, os antigos lugares que frequentava, tudo o mesmo mas tão diferente. A praça centralizada ainda tinha jovens e adultos sentados sozinhos ou em casais. Sorriu de canto ao observá-los, muitas vezes passou tempo inútil ali, pois ao invés de ir pra casa depois do colégio, ela e seus amigos dirigiam-se à praça mais próxima. Parecia muita bobagem hoje em dia, mas antes era um divertimento. Numa cidade pequena não há muito o que se fazer.
A cidadela ainda mantinha um tom rústico, as construções históricas e prédios tombados. Porém também via o crescimento, soube que haviam construído um grande shopping, cinema, até mesmo casas noturnas Barreiros obtinha agora.
Belíssimas memórias vivera por ali, talvez reencontrasse pessoas de seu passado. Não era uma cidade tão grande, afinal. Mais ou menos 180 mil habitantes bem distribuídos entre a área rural e urbana.
E movendo-se pelo paralelepípedo histórico da rua estreita avistou uma feirinha de locais logo a frente. Passando pelas barraquinhas e desviando das pessoas que iam e vinham, observava os belos itens expostos.
Parou numa lojinha que chamou sua atenção, vários vasos, ornamentos e instrumentos inusitados eram dispostos em belas cores e traços. Pegou um vaso de porcelana na mãos, o dedo imitando os riscos coloridos e alegres.
– Nossa, que bonito – sussurrou baixo para si mesma.
– É muito bonito mesmo.
Viera uma voz sonora e forte, Lizzy assustou-se levantando o olhar para o intruso. Ele sorriu levantando as mãos.
– Me desculpe, não quis te assustar...
Ela riu sem jeito ainda segurando o objeto em mãos. Aquele homem era bonito e tinha um sorriso encantador. A pele era morena e bronzeada, olhos escuros e cabelos lisos e longos, também escuros. Uma das feições mais harmônicas que já vira, maxilar, queixo e nariz combinavam tanto que parecia uma obra de arte.
– Não, está tudo bem... – disse Lizzy desconcertada – Um sustinho de vez em quando faz bem pro coração.
O homem riu e apontou pro objeto nas mãos dela.
– Essa é uma arte indígena, todas essas sãos, foram feitas manualmente por nativos da região.
– Nossa, que bacana, não sabia. É muito bonito mesmo, bem diferente. Gostei das cores...
– Tudo feito a mão, arte passada de geração em geração. Por exemplo esse aqui, fui eu que fiz e este minha irmã.
Ele apontava para belos ornamentos enquanto Lizzy se surpreendia.
– Vocês têm um dom muito bonito. A barraca é sua, então?
– Dos meus pais, mas estou cuidando enquanto eles foram almoçar.
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Coração de Ferro | Keanu Reeves
RomanceElizabeth era alma de fogo, John coração de ferro. Ambos tão diferentes, mundos diferentes, mas compartilhavam de perdas recentes, cada um com seus problemas pessoais. Um acaso do destino os pôs frente a frente mas as primeiras impressões não foram...