Elizabeth era alma de fogo, John coração de ferro. Ambos tão diferentes, mundos diferentes, mas compartilhavam de perdas recentes, cada um com seus problemas pessoais.
Um acaso do destino os pôs frente a frente mas as primeiras impressões não foram...
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John acordou em seu habitual horário, pois seu relógio biológico estava acostumado a lhe despertar mesmo antes do sol raiar. Seu primeiro ímpeto foi se espreguiçar, porém mesmo antes que o fizesse, a quentura do corpo agarrado ao seu lembrou-o de onde estava.
Elizabeth dormia profundamente agarrada a ele, a respiração calma, face passiva. Ele achou-a a coisa mais fofa dormindo e sem conter-se levou a mão ao rosto dela numa suave carícia. Aquilo a fez abrir os olhos ainda sonolenta, sorriu confusa ao fitá-lo, carregava um olhar sereno.
– John... – murmurou meio se espreguiçando, meio se achegando mais a ele.
– Bom dia, querida.
– Bom dia? O sol mal saiu ainda – o tom era sonolento.
– Pra mim o dia já começou, tenho de ir, coisas a fazer.
Lizzy passou o braço por cima dele, colando ainda mais os corpos.
– Fica mais um pouco.
Ele a acariciou o corpo, tendo completa noção que estavam nus sob aquela coberta. A sensação era boa, isso era verdade. Tivera uma ótima noite de sono, mas a manhã havia chegado e tinha de honrar seus compromissos.
– Tenho de ir. Aproveite para dormir mais, dorminhoca.
Ela sorriu e John segurou-a gentilmente no queixo, selou os lábios de modo suave.
– Te vejo mais tarde então – murmurou manhosa.
– Eu compenso à noite, prometo.
Aquilo a fez rir de leve e numa piscadela ele saiu da cama, vestiu-se, beijou-a na testa em despedida e saiu, deixando-a cair em sono profundo novamente.
Acordou poucas horas depois, as crianças logo chegariam, seria um dia longo, porém um dia feliz. Lembrou-se da atitude de John na noite passada, a recebendo com flores e um pedido de desculpas. Ficou encabulada mas agradecida, mostrava que tinha caráter e se importava com os sentimentos dela.
Conteve o sorriso bobo nos lábios, meneou a cabeça, isso não era um bom sinal, não mesmo! Não deveria misturar as coisas, mas tudo aconteceu tão sutilmente que não deu-se conta, quando viu, estava envolta por aqueles braços fortes.
Droga, droga! Pensava nele toda hora, fantasiava coisas, ansiava por sua presença, tudo parecia tão interessante e convidativo. Queria saber tudo dele, tudinho mesmo, até os mínimos detalhes. Tinha vontade de desvendar John e descobrir seus anseios e segredos, dividir pensamentos e ideais.
Não deveria sentir-se assim. Era um tanto amedrontador.
Logo Amanda e Joel entraram a todo vapor pela porta de entrada, correram felizes em sua direção, contando-lhe que haviam resgatado um filhotinho de Urutau na estrada. A falaria e contação de história foi até quase a hora do almoço.