Prólogo • Primeira impressão

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STEVE encostou-se à parede fria do vestiário masculino, observando o caos organizado que se desenrolava diante de seus olhos

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STEVE encostou-se à parede fria do vestiário masculino, observando o caos organizado que se desenrolava diante de seus olhos. O cheiro de suor, misturado ao leve aroma de desodorante barato, impregnava o ar, um lembrete pungente do teste anual para a seleção do time de futebol americano.

O som de vozes adolescentes, altas e agitadas, preenchia o espaço, uma cacofonia de excitação, nervosismo e, para alguns, decepção. Ele observava os garotos, muitos ainda sem camisa, com a pele brilhando de suor, enquanto trocavam palavras rápidas sobre suas performances.

Alguns estavam eufóricos, rindo e batendo nas costas uns dos outros; outros estavam cabisbaixos, encarando o chão ou seus próprios reflexos nos espelhos embaçados. O barulho de armários sendo abertos e fechados, misturado ao som de chuveiros ligando e desligando, criava uma sinfonia desordenada de pós-jogo.

Steve sempre se sentia um pouco deslocado ali. Não que não entendesse o entusiasmo; ele também já fora jovem e cheio de sonhos, com uma carreira promissora à frente. Mas agora, tudo o que via era o reflexo de suas próprias esperanças desfeitas e o inevitável confronto com a realidade.

A lesão no ombro que encerrara sua carreira ainda o incomodava, um lembrete constante de que os planos mais bem traçados podem ser destruídos em um instante.

Ele suspirou, cruzando os braços sobre o peito. "Lidar com adolescentes suados e entupidos de puberdade não fazia parte do meu plano de carreira", pensou. Mas ali estava ele, observando, guiando, tentando ser uma figura de apoio para esses garotos que sonhavam com uma carreira no esporte.

A responsabilidade de moldar o futuro desses jovens pesava sobre ele, ainda que soubesse que muitos nunca alcançariam o que esperavam.

Entre os garotos, ele reconhecia aquele brilho nos olhos, aquele medo e determinação. Alguns olhavam para ele, buscando aprovação ou talvez apenas um sinal de que tinham feito o suficiente. Steve dava-lhes um leve aceno ou um sorriso de encorajamento. Ele sabia o quanto isso significava.

Em meio ao barulho e à confusão, ele se perguntou quantos deles se lembrariam desses momentos daqui a alguns anos. Para alguns, seria apenas uma lembrança distante de um sonho de juventude. Para outros, poderia ser o início de uma jornada que mudaria suas vidas.

O silêncio no vestiário começou a tomar conta à medida que os garotos foram se trocando e saindo, deixando para trás apenas o som dos chuveiros e o eco das vozes que haviam preenchido o espaço momentos antes. Steve, prestes a sair, parou quando notou uma silhueta solitária ainda presente.

Sentado em um dos bancos, com os ombros caídos, estava alguém claramente abatido. Steve não demorou para reconhecer o garoto. Era Ethan, seu filho.

O garoto estava ali, com o olhar perdido no chão, uma expressão de frustração e tristeza estampada no rosto.

Steve sentiu um aperto no peito. Ele conhecia bem aquele olhar, a sensação de não ter alcançado o que esperava, a luta interna entre o desejo de sucesso e a realidade implacável.

AS IF IT WERE THE FIRST TIME • romanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora