Não, Não Nasci

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Não nasci para conquistar o mundo, e talvez não possa.
Quase choro quase me libertando da quase depressão Que me assola; insignificância que me assola.
Põe-me à sola dela, dependente dela para escrever.

Não, não nasci para isto; nasci apenas para morrer,
Não nasci para ser grande, nasci para encolher à cinzas
No dia da morte definitiva, onde não sobrará nem a
Lembrança amarga do que um dia eu fui na adolescência.

Emociono-me, não sendo emocionado, simplesmente sei por mero saber da realidade que o que sinto será
Forte até que eu me liberte do que não amo segundamente.

Não serei nada: serei o medíocre, serei a cópia mal feita de Fernando Pessoa (que ao menos põe seu próprio coração na poesia), serei o professor de filosofia mediano, da escola mediana, que ensinará coisas medianas, com valor mediano, e que será enterrado numa lápide tão medíocre quanto a vida!

Não, não nasci para ser além daquele que só tinha
Qualidades. Não, não é melhor ter nascido.

Consuma-me A PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora