A Máscara

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Eu não sei direito o que sou
Não consigo dizer o que sou sem dizer que sou o que todos são.

Eu não sei o que gosto verdadeiramente, e o que só Gosto por gosto dos outros.

Às vezes sinto-me como uma cauda de lagarto cortada: A sombra de algo verdadeiramente original, e que não Faz nada além do que faziam, simplesmente porque Faziam e aquilo lhes era intrínseco e natural.
Recolho-me em minha coberta, buscando o calor de Alguma felicidade aquecedora, de preferência
Sem metafísicas ou filosofias, apenas a insignificância Das pequenas coisas ridículas que me tornam mais Feliz por me fazer não ser o que penso ser, e isto é, um Pedante, um arrogante, um egocêntrico sem empatia,
E filósofo, pois julga ser, mesmo não sendo.
Há quem pense que ser você mesmo, ser original, ser autêntico, é algo totalmente positivo, já eu, discordo, como é de praxe, obviamente; eu penso que não sou quem queria ser, e não sei como me fazer o que quero, pois além de querer ser tanta coisa, não posso ser nada do que quero se não o que me talvez permitiriam ser.

Enrolado em minha coberta, olho pela janela, e vejo um
Mundo alheio, que não se importa com meus problemas e conflitos internos
(E nem deveria).
Observo enquanto passam as pessoas, e brincam as crianças; talvez se eu tivesse passado e brincado em meu passado, não seria quem penso ser e quem sou hoje em dia.
Um dia, quero ser cantor, também gostaria de ser criador
E também gostaria de ser jogador, assim como gostaria de ser nada.
Nada, nada além da comida de verme em preparação que sou, abortado, frígido, sem o que me apegar se não às coisas ridículas que são tão boas e me fazem tanto bem.

Reconhecem-me pelo que aspiro e aparento ser, mas nunca pelo que queria ser.
A roupa que uso delata quem sou, e sou quem sou, infelizmente.
Anseio por uma máscara, literalmente uma máscara; a máscara assustadora e complexa de Corey Taylor, ou a máscara simples e assustadora do Slaughter to Prevail; qualquer máscara que me faça não ter que sair com esta cara deformada na rua; com a cara que tanto odeio e sinto vergonha.

Não tenho forças pra chorar, ou talvez nem precise, e apenas queira precisar para me sentir especial.
Deito-me de novo na minha cama, e contemplo a escrita destas linhas, contudo, não sorrio.

Consuma-me A PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora