xvii.

350 41 44
                                    

Oi gente, esse é o penúltimo capítulo de 'vislumbre' e quis agradecer aqui no começo mesmo, obrigada a todos por terem acompanhado esse processo, eu amei escrever e queria discutir alguns pontos com vocês aqui.

• Vi muita gente me pedindo pra alongar a história além do filme e por isso eu não terminei a fic no jantar de reencontro dos dois. Vocês ficaram satisfeitos com o rumo que tomamos?

• Uma pessoa muito legal e fofa se dispôs a me explicar um pouco sobre o processo de adoção no Brasil e percebi que eu não sabia de absolutamente nada, me envergonhei e tentei concertar meio pincelado rapidamente algumas coisas que estavam completamente erradas mas não dá pra aprofundar, precisamos de agilidade.

• Na vida real o Théo vai ser mais velho que a Ju e o processo dela vai ser completamente diferente.

• Hoje aceitei que me arrependo amargamente não ter feito de 'vislumbre' um mpreg.

^

Não aguentava mais esperar, era burocracia que não acabava mais. E ainda mais depois que descobrimos onde Théo está. Ficou quase insuportável a espera.

Não achei o número da assistente que estava tratando do nosso caso e tivemos que esperar por quase três meses partindo do dia em que Amaury me contou sobre o bebê que muito provavelmente é nosso filho.

É claro que ele não entende como é pra mim e como tenho a certeza de que ele é nosso, já contei pra ele sobre o vislumbre como se fosse um sonho mas ele só acha estranho. Não falamos mais sobre isso.

No frigir dos ovos não valeu de nada ele ter o número de uma instituição que abriga crianças, não podíamos acelerar o processo. Segundo Raquel, a moça que acompanha nosso caso, esse cidadão -o tal médico- que passou o telefone deve saber que alguns anos antes o diretor de lá recebia crianças sem as cadastrar no sistema e vendia para casais querendo adotar e de alguma forma dava certo.

Fomos alertados se tentássemos essa aproximação forçada ou qualquer outra tentativa de burlar o sistema seriam obrigados a nos tirar da fila e eliminar qualquer possibilidade de adotarmos pelo resto da vida.

Era cansativo? sim. Ficamos tempo demais em papelada, cursos, entrevistas, mais entrevistas, esperas, atrasos etc mas não podíamos dar esse tiro no pé.

Em um dia bem frio, estava no trabalho prestes a juntar minhas coisas pra ir pra casa quando recebo uma ligação de Amaury.

- Di? - disse com voz chorosa e se calou.

- Amor? o que foi? - me apressei em pegar o casaco e a bolsa - Maury? por favor, se acalma meu amor - ouvi ele engolir o choro - isso, calma, me conta agora o que ta acontecendo.

- Ligaram...disseram que tem uma criança pra gente, pediram pra marcar uma visita e marquei pra amanhã de manhã.

O resto do dia passou como um borrão. Mal abri a porta de casa e Amaury pulou no meu colo feito um urso.

- Preto, a gente vai cair - beijou minha cara toda, tentei levar ele até o sofá mas caímos no meio do caminho.

- Amor, finalmente vai dar certo, tô sentindo que vai.

E deu, era ele, o bebê era meu filho Théo, bem mais novinho do que quando conheci ele, mas eu o reconheceria até com oitenta anos.

Fizemos todo processo com as visitas, ele ficou muito apegado ao Amaury, me dava um pouquinho de ciúmes sim, mas de qualquer forma ele me adorava também.

vislumbreOnde histórias criam vida. Descubra agora