𝐋𝐮𝐤𝐞
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Vinte e dois segundos.
É o tempo médio que leva para a pressão sanguínea começar a aumentar de forma significativa durante o sexo.
Em trinta segundos, a respiração acelera. O ritmo cardíaco se eleva, chegando a picos de oitenta e cinco batimentos por minuto. As pupilas dilatam, o corpo começa a se preparar para o ápice. A pele se torna mais sensível ao toque até que não consegue mais resistir. Você se rende.
Esse é o momento em que tudo explode. O clímax, uma liberação de tensão acumulada que pode durar de seis a trinta segundos... ou até mais.
Eu me afundo nela de novo, sentindo a forma como ela se contrai ao meu redor. Consigo sentir o sangue correndo nas veias do seu pescoço, preso à palma da minha mão. Ela não consegue respirar, nem mesmo se controlar. Bella se entrega completamente, sem defesas, exatamente como eu previa.
Eu a solto, sentindo os últimos momentos de prazer pulsarem em mim. Bella está exausta, seu corpo se molda ao colchão enquanto a deito suavemente. Ela me olha com olhos sonolentos, ainda ofegante, e sua voz sai suave e manhosa.
— Você vai estar aqui quando eu acordar?
Um sorriso leve e vazio se forma nos meus lábios.
— Não.
Em outras ocasiões, eu poderia, mas algo exigia minha atenção imediata. Esperei que ela adormecesse, o que não demorou muito. E logo depois de um banho demorado, desci até o porão da mansão.
Atrás da porta de ferro, escondida entre os corredores longos e escuros, Elena se encontrava amarrada pelo tornozelo como um cachorro. Seus olhos se arregalaram quando abri a porta, que rangia brutalmente contra as dobradiças enferrujadas.
Eu a mantive aqui até decidir o que fazer com ela. Até descobrir qual seria seu castigo por ter atrasado meus planos. Agora, finalmente estava claro. Ela não tinha mais serventia, eu seria rápido, não havia necessidade de prolongar a vida da garota. Não mais.
Elena estava agachada no canto, seu corpo tremendo visivelmente. Quando entrei, sua voz saiu fraca, quase inaudível.
— L-Luke, foi um acidente...
A observei por um momento, a expressão neutra antes de permitir que um sorriso fraco se formasse. Caminhei até ela, me abaixando ao seu lado.
— Eu sei.
Ela me olhou com um fio de esperança, coçando a garganta. Soltei as amarras que aprendiam seu tornozelo.
— Posso sair agora?
Ela parecia aliviada, seus olhos brilhando, mas sua expressão arrependida ainda estava ali. Ajudei-a a se levantar gentilmente.
— Você me desculpa? — Ela perguntou quando não a respondi. — Eu não queria machucar Bella.
Coloquei uma mecha do seu cabelo bagunçado atrás da sua orelha, os fios loiros tocando sua bochecha brevemente. Ela me olhou nos olhos.
Sem hesitar, me abraçou, buscando conforto. Eu correspondi, envolvendo-a em meus braços. Sua cabeça repousava contra meu peito, seus batimentos cardíacos começando a desacelerar quando ela percebeu que os meus eram calmos.
Elena era muito distraída, não percebeu quando deslizei a mão para minha cintura, buscando a pistola que eu levava. Com a arma em mãos, alinhei contra a lateral da sua cabeça.
— Lamento, Elena. — Sussurrei sem qualquer verdadeira emoção. E então, apertei o gatilho sem hesitar.
O disparo ecoou pelo porão. O corpo de Elena vibrou com o impacto direto, começando a tombar, mas a segurei com firmeza, impedindo-a de cair no chão. A segurei por alguns segundos, observando enquanto a vida lentamente deixava seus olhos.
Quando ela se foi completamente, deixei seu corpo escorregar suavemente para o chão. Agora, restava apenas o silêncio absoluto, do jeito que deveria ser.
Peguei meu celular no bolso, o pouco de sangue que respingou sujando a tela enquanto em discava o número. O toque durou poucos segundos antes de ser atendido.
— Traga Alexei aqui embaixo — ordenei, sem qualquer inflexão na voz.
Pouco tempo depois, ouvi passos ecoando pelo corredor. Seu olhar se voltando imediatamente para o corpo de Elena, o buraco na sua cabeça fazendo uma poça de sangue rapidamente.
Ele era um homem de poucas palavras, sempre cumprindo suas ordens sem questionar.
— Senhor? — Alexei perguntou, aguardando instruções.
— Entre em contato com Roman, diga a ele que temos algo que pode interessá-lo muito, e certifique-se de entregar o corpo sem danos adicionais.
— Sim, senhor — Alexei assentiu sem hesitar.
Há clientes de Zakir que pagam fortunas para satisfazer seus desejos doentios. Necrofilia não era um feitio meu, mas minha família nunca deixou de lucrar com tais oportunidades, por mais grotescas que fossem.
Dei um último olhar ao corpo de Elena antes de sair do porão, sem me importar em olhar para trás. A porta abafando o som do seu corpo sendo arrastado.
Subi as escadas com calma; já pensando no meu próximo passo. Havia tanto a ser feito, agora eu precisaria sujar minhas mãos com Zakir. Era um desperdício, mas necessário, pois nem a falta de medicamentos fez o desgraçado morrer. A mansão seria minha, os negócios seriam meus, e eu tomaria o lugar que é meu por direito.
Mas, agora, eu só queria voltar para ela, minha Bella. Havíamos progredido muito e eu estava satisfeito com sua promessa. Ela era minha, e eu era dela.
Eu nunca quis algo tanto na minha vida quanto eu a queria, e agora eu a tinha completamente para mim. Eu cuidaria dela, machucaria ela, e ela ainda estaria aqui quando a chamasse.
Eu poderia lidar com Zakir depois, agora, eu tinha tempo, afinal, controle da situação fora algo que eu nunca perdi, nem mesmo por um segundo.
Ao vagar pelos corredores tive a surpresa de encontrar Petrovich saindo do escritório de Borislav, seu olhar fechado e postura cansada quando ele me viu, parando para me cumprimentar no corredor, ele deslizou o olhar brevemente para a minha camiseta com respingos de sangue.
— Não esperava ver você hoje — Bloqueei seu caminho sutilmente.
— Eu não esperava vir aqui tão cedo, mas seu irmão... — Ele parecia estar prestes a dizer algo queria, ou nem mesmo deveria.
— Agindo pelas minhas costas, Petrovich?
Ele balançou a cabeça, cansado demais para aquela conversa. O velho arrumou os óculos, olhando brevemente para cima.
— Não vou me meter nos problemas de vocês. Só faço meu trabalho.
Ele não disse mais nada, apenas passou por mim e saiu em direção à saída. Borislav apareceu na porta do escritório, os braços cruzados e um olhar mortal cravado em mim.
— Espero que não tenha nada a ver com ela.
— Você faz o que quer. Eu faço o que preciso. — Ele respondeu com desdém.
Lançou um último olhar antes de entrar novamente no seu espaço e fechar a porta.
Eu precisaria me livrar dele logo.
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HERDEIROS DO PECADO - A Vida e Morte de Isabella | DARK ROMANCE
RomanceVendida para uma família russa, Isabella Jones se vê presa na mansão Lavrentiev. Enquanto tenta formas de conseguir sua liberdade, ela começa a interagir mais com os irmãos. Nem tudo é o que parece ser, e o que era perigoso se torna a chave para a s...