Anachronism | Snarry

Capítulo 1

Nota: Esta fanfic contêm elementos de consentimento duvidoso entre parceiros, gírias homofóbicas (que preferi manter na tradução original) e tentativa de suicídio implícito.

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3:27 da manhã

Mais do que qualquer outra coisa no mundo, Severus Snape queria morrer. Ele tinha se certificado de que Hogwarts continuasse nas mãos daqueles que cuidavam bem dela, deixou seus poucos pertences para a escola e seus conhecidos mais próximos, e tinha dado as memórias necessárias ao pirralho para garantir que até mesmo aquele completo idiota seria capaz de descobrir o que precisava ser feito. O antídoto para o veneno de Nagini permaneceu em seu bolso, fechado, e ele caiu no esquecimento, encarando os olhos verdes pelos quais ele havia sacrificado tudo. Foi uma boa morte, uma das poucas coisas das quais ele se orgulhava em toda a sua vida.

Claro, as coisas nunca funcionam como se espera. O universo sempre teve um jeito de pregar peças nele, dando a ele exatamente o que ele não queria. Ele deveria saber que quando ele se propôs a morrer, ele não iria realmente realizar a tarefa. Justo quando ele pensou que tinha conseguido acabar com a vida da qual ele estava mais do que feliz em se livrar, quando ele sentiu sua alma deslizar em direção ao nada, a atração enigmática reverteu e o ar fluiu para seus pulmões. Seus olhos se abriram para ver aquele tom requintado de verde olhando para ele novamente.

— Você está vivo! — gritou Potter. Então, para o horror de Severus e a consternação do bando de Curandeiros que os cercava, Potter jogou os braços ao redor dele. Felizmente para Potter, os Curandeiros arrancaram o idiota antes que Severus pudesse amaldiçoá-lo. Havia muitas boas razões pelas quais ele havia escolhido morrer, e nunca ter que lidar com aquela criança insuportável estava no topo da lista. Olhando para o pirralho, que estava seguramente preso no lugar por dois Curandeiros, Severus notou as sedas carmesim sendo usadas pela ruína de sua existência. Estranho, por que Potter estava usando vestes de Auror? Certamente eles não tinham dado à criança uma posição no departamento simplesmente por derrotar o Lorde das Trevas? O único consolo de Severus por estar vivo e preso em uma sala com Potter era que isso significava que o garoto tinha conseguido, afinal. O Lorde das Trevas não permitiria que o pirralho brincasse de se fantasiar, nem ele próprio estaria vivo agora.

Então, novamente, o Lorde das Trevas poderia ter ordenado que ele fosse curado para ficar bem o suficiente para a tortura. Severus estremeceu.

— Senhor? — perguntou um Curandeiro que parecia ter acabado de sair de Hogwarts. — Senhor, você pode me ouvir? — Às perguntas do Curandeiro, o resto deles desceu sobre Severus como um bando de Testrálios em uma matilha fresca.

Severus abriu a boca e descobriu, para sua surpresa, que conseguia falar.

— É claro que consigo ouvir você — ele resmungou, sua voz áspera e sua garganta seca. — Agora vá embora e me deixe em paz.

— A magia dele! — gritou alguém.

— Ele precisa da varinha — disse outro e a multidão se abriu para revelar Potter, que estendeu a varinha de Severus. Seus olhos estavam brilhantes como se lágrimas estivessem ameaçando derramar a qualquer momento.

Idiotas. Eles eram todos idiotas que acreditaram na palavra de uma criança facilmente manipulada e controlada de que ele, Severus Snape, era inofensivo. Eles matariam acidentalmente o maldito idiota que ele tinha acabado de passar os últimos dezessete anos tentando salvar! Memórias eram fáceis de falsificar e tolos sentimentais como Potter fáceis de convencer. Ele era um Comensal da Morte, um assassino conhecido, e eles não tinham razão para suspeitar que ele não tinha a intenção de se tornar o próximo Lorde das Trevas.