Segunda-feira, 16 de agosto, 10:13 AM
Puxando sua capa de viagem mais apertada em volta dos ombros, Severus marchou até a porta, ignorando os olhos que ele sabia que o observavam. Três batidas curtas na madeira e sua voz alta respondeu:
— Vá embora!
— Sra. Endell — Severus disse na porta. — Preciso falar com você sobre seu filho.
Através da porta, ela sibilou:
— Não tenho nada a dizer para gente como você. — Como se fosse uma maldição, ela acrescentou: — Amante de Potter.
— Ele me odeia — Severus disse a ela. — Ele não fala comigo de jeito nenhum.
Depois de uma pausa de quase um minuto, ela perguntou:
— Por que não?
Severus suspirou. Não havia outra maneira de contornar isso.
— Ele acha que sou um bastardo egoísta e egocêntrico que só deseja machucá-lo.
— Você já?
— O machuquei? Sim.
A porta se abriu. Brigit Endell sorriu.
— Entre.
Isso tinha sido mais fácil do que o esperado. Depois de quão feliz ela tinha ficado imaginando sua morte, Severus esperava passar horas na porta dela antes de ser autorizado a entrar. Escondendo sua surpresa, ele entrou na sala, uma mão segurando sua varinha só por precaução.
Fazendo sinal para que ele se sentasse, ela se arrastou em direção à cozinha que Severus podia ver através da porta aberta. Olhando ao redor como se fosse sua primeira vez na casa, Severus sentou-se na cadeira.
Quando ela voltou, ela lhe passou uma xícara de chá que ele fingiu beber.
— Aquele garoto — ela disse enquanto se dobrava no sofá, — é o idiota mais arrogante que eu já conheci. Ele acha que está acima do próprio Ministro da Magia.
De certa forma, Harry estava, mas Severus segurou a língua.
— Você disse que queria falar comigo sobre meu filho? — Os olhos azuis escuros de Brigit tinham uma agudeza que fez Severus se sentir como se estivesse sob Legilimência, mesmo que ele não sentisse nenhuma magia direcionada a ele.
— Sim. — Ele pousou sua xícara de chá. — Examinei amostras de sangue de vários indivíduos e encontrei uma peculiaridade que era comum apenas ao seu filho e a mim. — Com base em quão isolada ela era do mundo bruxo, e nos relatos de Harry sobre seu passado, ele duvidava que ela soubesse muito sobre fermentação. Em vez de explicar em detalhes, ele simplesmente disse: — Essa peculiaridade foi introduzida propositalmente por meio de um veneno ou antídoto. Existe alguém que teria motivação e habilidade para envenenar nós dois?
Ela olhou para ele, sem piscar, por cima da borda da xícara de chá. Depois de vários segundos de silêncio, ela disse:
— O que você fará sem ele?
— Sem quem?
— Harry Potter — ela cuspiu. Em um tom mais suave, ela disse: — Você era um Comensal da Morte, certo? Ele foi tudo o que te salvou de Azkaban, pelo que eu entendi.
Pego de surpresa, Severus disse:
— Bem, sim. Acho que sim. Eu tinha meios de escapar, mas a ajuda dele me ajudou.
Seus olhos quase pretos nunca piscaram.
— Como você o machucou?
Embora nunca fosse alguém que revelasse segredos a menos que fosse necessário, havia algo que dizia a Severus que ele precisava ser honesto com Brigit. Em seu trabalho com poções, ele usava uma metodologia cuidadosa, cada ato calculado e planejado de antemão. Ao confrontar o Lorde das Trevas ou em uma situação em que se preocupava com sua vida, ele confiava em seu instinto. Embora não temesse o pássaro de uma mulher diante dele, seu instinto lhe dizia para ser atipicamente honesto.
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Anachronism | Snarry
FanfictionAo acordar, Severus se vê não se recuperando da mordida de Nagini, mas se curando de uma doença misteriosa de longa duração. Ele não só precisa descobrir o mistério da causa de sua aflição, mas também lidar com seu amante, que é a última pessoa que...