Anachronism | Snarry

Capítulo 3

Sexta-feira, 14 de maio, 8:51 AM

De manhã, Severus voltou para sua mesa. Ele chamou Strix, uma coruja gorda e fofa com olhos de vaca, e escreveu um bilhete para Potter, pedindo para falar com ele imediatamente. Ele presumiu que a carta encontraria Potter no trabalho e, conhecendo o garoto, ele largaria tudo que pudesse para sair do trabalho e voltar para casa. Ele duvidava que pudesse fazer Potter ser demitido. O garoto provavelmente poderia cutucar o nariz na mesa o dia todo e ainda receber o pagamento, mas isso não significava que Severus não poderia tornar sua vida mais difícil.

Como esperado, Potter chegou em menos de uma hora, o pó de Flu ainda grudado em suas vestes.

— Está tudo bem?

Severus apontou um dedo para uma cadeira em frente à sua mesa e Potter sentou-se sem questionar ou hesitar. Aparentemente, sodomizar o garoto era a única maneira de ganhar sua obediência. Era um pensamento tão repugnante que, por um momento, ele só conseguiu olhar feio para o pirralho. Aparentemente acostumado ao olhar de Severus, Potter apertou os lábios e tamborilou os dedos no braço da cadeira. Por mais que Severus desprezasse que ele fizesse isso, ele tinha que trabalhar com Potter. Com uma calma forçada, ele disse:

— Procurei na minha mesa e não vi nenhuma anotação sobre esse suposto envenenador.

Potter assentiu.

— Isso é porque você nunca fez nenhuma pesquisa depois que ele supostamente morreu -

Nunca fez nenhuma pesquisa sobre o homem que tentou matá-lo? Era impossível.

Potter viu a expressão no rosto de Severus e interrompeu:

— Você nunca ouviu essa minha teoria, mas nunca me deu uma explicação alternativa! — Ele estendeu as mãos em exasperação. — Quando você acordou depois que eu te encontrei deitado lá, no chão do seu laboratório, você construiu esta casa e este jardim, você preparou e fez aquela lista de poções, e foi isso. E eu sei que a cura que você fez funcionou, não vou negar isso. Mas era como se algo o impedisse de trazer aquele homem à tona. Toda vez que eu tentava falar sobre isso, você dizia que não importava, mas você nunca me desencorajou de investigar o assunto, o que, para você, é basicamente um incentivo. — A boca de Potter se curvou em um leve sorriso, então ele ficou sério novamente. — Eu acho que ele colocou algum feitiço em você que o impediu de fazer qualquer coisa contra ele. Tudo o que você podia fazer era se defender, então foi só isso que você fez. Você construiu o jardim para preparar e preparou até não poder mais preparar.

Por um momento, os olhos de Potter brilharam e Severus, temendo que ele começasse a chorar, agarrou sua varinha com força. Mas Potter se recompôs e removeu uma pilha de pergaminhos grossos de suas vestes. Ele se levantou e os colocou sobre a mesa. Pergaminho após pergaminho após pergaminho empilhados no canto enquanto Potter descrevia o conteúdo: uma lista de suspeitos, cinco pergaminhos apenas sobre o principal suspeito; todos os ingredientes da poção que Potter não conseguiu identificar, até mesmo tudo que Severus havia pedido desde que a doença atacou – plantas, gemas e outros ingredientes de poções, até mesmo os pedidos de comida.

— Você gosta de obter poções de fontes pouco ortodoxas — ele disse com uma carranca depois de ter colocado aquele pergaminho grosso de lado. — Você também trouxe algumas para o laboratório quando nos mudamos juntos e você pega frascos sempre que viaja.

Severus olhou para o monte que tinha que ser mantido unido com magia para impedi-lo de rolar para fora da mesa. Seis anos era muito tempo, mas levaria semanas para ler a pilha.

Potter enfiou a mão em outro bolso de suas vestes e removeu ainda mais pergaminhos. Severus sentou-se, mudo, enquanto Potter começava uma nova pilha. Entre os pergaminhos colocados na nova pilha estava uma lista de todos que morreram na guerra, todas as principais manchetes desde aquele dia fatídico seis anos antes, e vários pergaminhos sobre os Comensais da Morte, incluindo todos os suspeitos, bem como suas localizações atuais. Potter terminou a pilha com,