VII

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A vida não podia parar só porque Ford havia se perdido, afinal teria que continuar acordando cedo para ir trabalhar, teria que continuar escutando seus pais falarem sobre seu irmão e foi exatamente assim, a vida nunca havia sido mais tediosa.

Acordava, tomava café, ia trabalhar, trabalhava o dia todo e no final da noite voltava pra casa e descansava.

- Você ainda não me respondeu Martini- Ele tira a mulher de seus devaneios.- O que acha de ir tomar um drink depois do trabalho?

Timothy fora a única novidade interessante que havia conhecido com Angelita nos últimos meses.

Timothy, um rapaz alto, não muito forte, moreno, possui olhos escuros, e estava a um certo tempo tentando convencer a loira de sair com ele para beber.

- Aí Tim, eu saio do trabalho toda desarrumada, não dá- Ela diz enquanto arruma uma papelada.

- Vamos fazer assim então, você volta pra casa, se arruma, e eu vou lá te buscar.- Ele tirou os papeis da mão dela.

Angelita olhou para o relógio, faltavam poucas horas para o fim de seu turno, olhou para o colega e num suspiro disse:

- Tá bom, me pega as 19h.

O homem sorri vitorioso.

- Combinado, agora é melhor eu voltar a trabalhar antes que eu seja demitido.- Ele ri e volta até sua sala.

Angelita ri com todo o esforço do rapaz e volta aos seus afazeres achando muita graça.

As horas se passaram e logo a mulher saiu do trabalho, dirigiu até sua casa e se arrumou para sair.

Colocou um vestido vermelho, saltos pretos e o cabelo louro preso num coque.

Em poucos segundos o rapaz chegou num carro de último modelo até sua casa.

- Quem é?- A mãe da mulher perguntava antes dela sair.

- Um amigo do trabalho, a gente vai sair pra jantar.- Angelita diz apressada, pegando sua bolsa, dando um beijo na mãe e saindo.

-Toma cuidado filha- A mãe diz antes dela sair.

O carro além de elegante cheirava ao perfume forte do homem.

-Boa noite.- Ele diz quando a moça entra no carro e começa a dirigir.

-Boa noite.-Ela responde- Pra onde a gente vai? - Ela pergunta quando percebe que estavam saindo de Gravity Falls- Você vai me sequestrar?- Ela brinca fazendo ele rir.

- Eu tava pensando na gente ir num restaurante mais rebuscado, abriu um restaurante de frutos do mar na cidade do lado e parece ser muito bom.

- Não precisa disso tudo não, qualquer lanchonete tá ótimo.- O comentário da menina fez com que ele risse.

- Óbvio que precisa, o melhor, pra a melhor.- Ele pega a mão da moça e leva à boca concedendo-lhe um beijo.

Em poucos minutos eles chegaram até o tal restaurante, de fato era um lugar refinado e elegante.

Timothy abriu a porta para ela e levou-a até a reserva que havia feito, fizeram seus pedidos, comeram e conversaram bastante.

Timothy gostava de falar, então Angelita escutou.

Quando ambos terminaram de comer Timothy pagou a conta e eles voltaram para o carro.

- E quais são seus sonhos Angelita? obviamente não vai ficar a vida toda em Gravity Falls.- Ele pergunta enquanto dirige pela noite escura.

Ela sorri.

- Eu gosto de Gravity Falls, sabe, eu vivo aqui desde que nasci.- Ela diz acariciando a mão do rapaz que estava em sua perna.

- Quando é a única coisa que se conhece, óbvio que gosta. Você tem que conhecer a Europa Angelita, é outro mundo, eu morei lá quando pequeno. Na verdade esse é meu sonho, me casar,  ir para a Europa, construir uma família, imagina chegar em casa depois de um longo dia de trabalho e encontrar com sua esposa e seus filhos, deve ser o melhor sentimento do mundo.

O carro fica em silêncio durante alguns minutos.

- Então Angelita, seus sonhos?- Ele olha para a moça.

- Ah, pra ser sincera eu não tenho planos grandiosos, eu só queria fazer alguma coisa relacionado à patinação no gelo, eu gosto muito.

- Nossa, eu odeio frio- Ele comenta.

O carro segue em silêncio até a placa de "Bem Vindos à Gravity Falls" quando Timothy começa a olhar Angelita.

- O que foi?- Ela pergunta encabulada.

- Você é uma das mulheres mais lindas e atraentes que eu já vi na vida.- Ele puxa ela para um beijo quando o carro para num farol vermelho.

Angelita corresponde ao beijo enquanto ele desprendende seu cabelo e desce a mão até o centro de suas costas, mas o beijo foi interrompido por buzinas quando o sinal abriu.

- Você fica bonita assim- Timothy volta a dirigir- De cabelo solto.

O resto da noite foi se estendendo, o rapaz chamou-a para passar a noite com ele e assim foi e no dia seguinte eles foram juntos até o trabalho.

Timothy não era o exato tipo de Angelita, mas era atencioso, carinhoso e sabia como ela gostava de ser tratada.

Ele começou a convidá-la para sair umas duas vezes por mês, depois de muito insistir, alguma hora ela  aceitava, isso foi o suficiente para tirar a mesmice que aquela cidade tinha ficado depois de todo o negócio de caçar esquisitices tinham acabado.

- Esse Timothy parece ser um bom rapaz- A mãe de Angelita diz enquanto termina da dobrar algumas toalhas.- A família dele é da Europa.- Ela suspira admirada.

- Pelo amor de Deus mãe. Eu não aguento mais ouvir falar de Europa, ele só fala de Europa e como ele vai me levar pra Europa quando a gente casar.-Angelita se joga no sofá quando sua mãe olha para ela espantada.

- Então vocês tão namorando?! - Ela pergunta eufórica- Finalmente! Ele quer casar? Isso é perfeito.

- Não mãe! A gente não namora, e nem vai casar, a gente tá só saindo.

- Mas filha, vocês saem muito pra quem não namoram, você até dorme na casa dele, se eu fosse uma mãe ruim eu não deixava, até vocês oficializarem.

- Mãe- Ela revira os olhos- Eu tenho literalmente 30 anos, você não tem que "deixar".

- Se eu não tenho que "deixar", é melhor você arranjar uma casa pra morar né- Ela ri ironicamente- Vem me ajudar a levar essa roupa pros quartos.

- Tá mãe. Não foi isso o que eu quis dizer. O que eu quis dizer é que a gente é muito diferente sabe, é divertido estar com ele e eu gosto dele, mas duvido que vá durar muito.

-Minha filha, dê tempo ao tempo

My Stan PinesOnde histórias criam vida. Descubra agora