Just my love - Wenclair

Capitulo 5

Wednesday Addams
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Enquanto você olha para o mundo de hoje, percebe que a solidão é só para quem consegue. Por todos os cantos há pessoas acompanhadas, quando você olha para um canto tem uma pessoa sozinha mexendo no celular, mas é só perceber que ela está digitando uma mensagem. No mundo de hoje as pessoas se tornaram necessitadas umas das outras, do contato humano em si, coisa que eu nunca fiz questão. As pessoas me chamam de grossa e rabugenta, talvez eu realmente seja, mas é tão difícil entender que eu apenas quero ficar sozinha? Parei para pensar isso durante o trajeto rumo ao shopping e fiquei parada no sinal olhando à minha volta enquanto escutava Bohemian Rhapsody. O sinal finalmente se abre e eu continuo a seguir meu caminho enquanto cantarolo baixinho a música que soa pelos meus ouvidos, sempre me vi como grande apreciadora da música, não todas, é claro, não me considero fã da poluição sonora que há hoje em dia, prefiro muito mais as antigas. Como grande amante da música, também sempre gostei de tocar instrumentos, é bom e faz eu me acalmar com muita facilidade, apenas navegando calmamente no mar de notas musicais. Sou apaixonada por meu violoncelo, o toco sempre que tenho um tempo livre, mas também aprendi piano e violino, não toco com tanta frequência mas ainda sim são muito apreciados por mim.

Escuto um barulho atrapalhando minha música e percebo que é meu celular, provavelmente alguém me ligando. Olho para o visor e percebo que é alguém que eu realmente esperava uma ligação.

- Oi, mãe - Digo com o mínimo de empolgação possível.

- Oi minha nuvenzinha carregada - Ela responde consideravelmente animada, ou apenas o normal dela - Você não fala comigo faz um tempo.

- Estou muito ocupada esses dias, mãe - A respondo enquanto viro a esquina - Aconteceu algo para receber sua ligação?

- Não minha florzinha mortífera, só queria saber se você está lembrando que nós marcamos um jantar esse fim de semana - Ela diz e eu me recordo de quando ela me convidou a duas semanas - Você vem mesmo?

- Sim, mãe, estarei aí - Respondo sua pergunta - Mais alguma coisa?

- Não, minha Belladonna, era apenas isso mesmo - Ela fala e eu já me preparo para desligar - Tchau, nuvenzinha ácida.

- Tchau mãe - Digo e encerro a ligação.

Minha mãe todos os meses me chama para jantares como este, com nenhum motivo especial, apenas para reunir a família e botar os assuntos em dias. Eu normalmente vou, por mais que algumas vezes eles perguntem demais da minha vida, eu gosto muito da minha família e sei que eles só querem meu bem. Avisto no meu campo de visão uma grande construção e concluo que é o shopping. Procuro uma vaga pelo estacionamento e estaciono meu carro na primeira que acho, saio dele e ativo o alarme. Quando entro no shopping, vejo uma enxurrada de pessoas e de imediato uma vendedora vem me perguntar se eu queria comprar um perfume da loja, provavelmente está desesperada para bater a meta, eu apenas recuso educadamente e sigo para a praça de alimentação que era meu único destino.

O shopping é um lugar legal para quem gosta, eu normalmente não vou, mas hoje me dei o luxo de ir até um pois senti vontade de comer fast-food, apesar de não ter esses desejos frequentemente, eles aparecem de vez em quando, então eu apenas decido ceder e satisfazer minhas vontades. Depois de pedir meu lanche, procuro um lugar diante da praça de alimentação, acho um lugar perto de uma grande janela que tem lá e fico observando a vista, quando percebo que o rapaz do restaurante está chamando meu nome para receber o pedido, vou até lá e o pego, voltando ao lugar onde eu estava, abro minha bolsa e tiro um livro que estou lendo, o abro na página que estava e passo a ler enquanto como meu lanche. Após terminar meu lanche, percebo que está na hora de voltar porque teria uma aula daqui a meia hora, deixo a bandeja em cima da mesa, pego meu livro e o ponho na bolsa e vou direto para o estacionamento.