capítulo 07

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   Crânios de um lado e restos de pele jogados pelo porão deixando o chão em um vasto tom cornalina, o cheiro de sangue invadia com força as narinas deixando tudo difícil de respirar.
    Tudo estava consumado.
    Só se sentia sangue.
    Tudo era sangue. 
   
- Está feito, (Nome) você pode limpar para gente enquanto nós damos um jeito nesses crânios? - Indagou Andrew a olhando com um sorriso satisfeito, sim, satisfeito.

- Certo, podem ir, eu dou um jeitinho.

   Ashley estava quieta, ela olhava o irmão, aquele sorriso pacífico como se não tivesse feito nada de errado. Normalmente quem fica assim é ela não ele, então como? Isso estava a fazendo se corromper à uma resposta cuja ela não tinha.

- Ashley, vamos?

- Vamos.

   Eles foram, entraram no carro onde largaram as cabeças dentro de um saco, Andrew dirigia em direção a um lago que havia ali por perto, enquanto isso (Nome) estava calmamente limpando a bagunça que estava o local. Ela não estava preocupada, a ruiva sabia limpar sangue. Limpar sangue era algo que aprendeu a fazer desde quando era apenas uma criança de dez anos. Sua mãe ficava muito fraca depois das visitas excessivas de seus clientes e alguns eram agressivos o suficiente para fazer o sangue escorrer pelos lábios e os machucados que haviam se criado.

- Você sofreu mãe... - ela limpava parte por parte enquanto lembrava das manchas que limpava quando sua mãe sujava o colchão e até o chão.

   Ser uma prostituta não é algo que tenha algum se orgulho, o orgulho que se tinha antes agora fica estrassalhado pelo chão e o vento leva. O seu amor foi entregue para todos, seu valor foi esvaindo por cada homem que a roubava, era uma dignidade que não se tinha mais, não é um trabalho é uma sobrevivência que algumas não tem sorte e acabam encontrando, também é a única maneira que encontraram  maneira de viver. Viver tem custo, e para alguns esse custo é caro demais.
  Esse custo é o sangue e seu amor.
  Terminando de limpado e organizado a bagunça, algo acabou de florescer em sua mente.

- Eu preciso fugir, não posso ficar.
 
   Ela escutara a conversa dos irmãos, e sabia que Ashley faria de tudo para elimina -la e Andrew apenas concordaria, já que ele sempre fazia as vontades dela.
    Com tudo limpo ela pegou sua bolsa pegou um papel e caneta que encontrou pelo porão e escreveu uma nota e deixou em um lugar onde ela sabia muito bem que somente um deles iria achar. Ao ouvir o som do carro sendo estacionado a ruiva correu para a saida da frente pulando pela janela da sala e começou a correr, correr para longe e enfim viver sua vida, viver as histórias que sua mãe a contava e dos livros, cujo esses que a fizeram viver mil vidas antes de realmente ter a própria.
 

The coffin of Andy and Ley Ley (S/N)  Onde histórias criam vida. Descubra agora