Certas coisas...

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Fernanda desembarcou no aeroporto internacional de Pulkovo na cidade de São Petersburgo/ Rússia. O frio castigava sua face, porém havia se preparado para a drástica mudança de clima durante o voo.

– E ainda tem gente que reclama do Canadá – Shawn resmungou – Vamos para o hotel?

– Preciso conferir algumas coisas primeiro, se quiser ir para o hotel... – disse mexendo no celular.

– Claro que não, por mais que sua ideia seja completamente louca eu vou ficar ao seu lado – disse ajeitando as luvas e a touca na cabeça – O que pretende fazer primeiro detetive Edwards?

Ela sorriu e encarou o marido.

– Tem uma pessoa que trabalhou na secretaria de acolhimento e era responsável pelos processos de

adoção bem na época em que a Nat teve o bebê. Vamos começar por ela.

– E se ela não quiser falar?

– Eu tenho o incentivo certo – disse sorrindo e mostrando a bolsa.

– Fernanda, você não trouxe uma arma, não é? – disse com os olhos arregalados.

A morena deu risada e negou.

– Estou falando de dinheiro, meu amor... A moeda de troca mais antiga da humanidade. Vamos?

– Vamos – disse pegando as malas e a seguindo.

O táxi não demorou a chegar e o trajeto do aeroporto até a casa da mulher não foi demorado. Shawn aproveitava a paisagem para pensar em novas letras de músicas e quem sabe iniciar um novo álbum inspirado realmente na experiência russa, no entanto, Fernanda mantinha-se concentrada em todas as suas anotações e documentos, estava determinada a reunir a maior quantidade de provas e encontrar seu sobrinho.

– É aqui – Fernanda disse empolgada e encarou o motorista – O senhor pode nos esperar aqui? Não vamos demorar.

Ele acenou com a cabeça e ambos saíram do carro.

– E se ela não souber falar nossa língua? Nem todo mundo sabe falar inglês... mesmo ela sendo a língua universal – Shawn questionou.

– Por que você acha que escolhi um taxista bilíngue? Posso pagar a mais e pedir que seja nosso intérprete caso ela não saiba falar nossa língua, agora chega de jogar areia na minha investigação.

A casa era grande e parecia estar vazia. Fernanda tocou a campainha algumas vezes, porém não obteve sucesso... estava quase desistindo quando um carro se aproximou e entrou na garagem da casa.

Privet dobryy den' – Nanda disse a mulher que saiu do carro – Menya zovut Fernanda, vy govorite po-angliyski? / Olá, tudo bem? Me chamo Fernanda, você fala inglês?

A mulher a encarou e franziu o cenho e com um inglês carregado disse:

– Não gosto de americanos.

– Sorte a sua que ela é inglesa – Shawn disse rindo, porém a mulher não achou graça.

– Me desculpe, esse é meu esposo Shawn e eu sou Fernanda Edwards, precisamos conversar com a senhora sobre a assistência de adoção que trabalhou há alguns anos atrás.

– Você ser cantor – disse o encarando – não gostar de cantores americanos... – após dizer isso dirigiu sua atenção a Fernanda – Não falar sobre assistência, assistência faliu e eu não trabalhar mais lá.

– Não sei se fico feliz ou triste por ela ter me reconhecido – o canadense disse mais baixo.

Fernanda respirou fundo.

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