Capítulo 2 - Lançamento

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BELLAMY
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Era evidente que o insuportável e arrogante estava atrasado. Bellamy batia o pé no chão com impaciência, ignorando o eco que se propagava pelo depósito. O lugar estava desolado; qualquer coisa valiosa tinha sido retirada há anos. As superfícies estavam cobertas de lixo — peças sobressalentes de máquinas há muito obsoletas, papel moeda, cabos e fios emaranhados, e telas e monitores quebrados. Bellamy sentiu uma mão em seu ombro e se virou, levantando os punhos em defesa enquanto se esquivava para o lado.

— Relaxe, cara — disse Colton, ligando a lanterna e direcionando o feixe diretamente nos olhos de Bellamy. Ele o avaliou com um sorriso divertido em seu rosto alongado. — Por que você quis se encontrar aqui embaixo? Procurando pornografia dos homens das cavernas em computadores quebrados? Não vou julgar. Se eu estivesse preso com a garota que tem lá em Walden, eu provavelmente desenvolveria meus próprios hábitos indecentes.

Bellamy ignorou a provocação. Apesar de Colton estar agora em uma posição de guarda, não havia chance de ele atrair nenhuma garota, não importa a nave em que estivesse.

— Apenas me diga o que está acontecendo, certo? — insistiu Bellamy, tentando manter um tom casual.

Colton se recostou na parede e sorriu.

— Não deixe o uniforme enganar você, irmão. Não me esqueci da primeira regra dos negócios. — Ele estendeu a mão. — Pode passar o chip.

— É você quem está confuso, Colt. Você sabe que sempre cumpro minha parte. — Bellamy bateu na bolsa onde o chip com os pontos de ração roubados estava guardado. — Agora, me diga onde ela está.

Colton sorriu com malícia, e Bellamy sentiu uma pressão no peito. Ele vinha subornando Colton por informações sobre Octavia desde sua prisão, e o idiota parecia desfrutar de dar más notícias.

— Vão enviá-los hoje. — As palavras atingiram Bellamy como um soco. — Colocaram um dos módulos de transporte da plataforma G para funcionar.

Colton estendeu a mão novamente.

— Agora chega. Essa missão é sigilosa e estou arriscando meu pescoço por você. Cansei das brincadeiras.

O estômago de Bellamy se revirou ao imaginar sua irmãzinha presa em uma velha jaula de metal, sendo lançada pelo espaço a milhares de quilômetros por hora, com o rosto ficando roxo enquanto lutava para respirar o ar tóxico. Seu corpo caído, imóvel...

Bellamy deu um passo à frente.

— Sinto muito, cara.

Colton estreitou os olhos.

— Por quê?

— Por isso.

Bellamy dobrou o braço e acertou um soco no maxilar de Colton. Houve um estalo alto, mas ele só sentiu seu coração acelerado enquanto via Colton cair no chão. Trinta minutos depois, Bellamy tentava compreender a cena estranha à sua frente. Suas costas estavam encostadas na parede de um amplo saguão que levava a uma rampa íngreme. Condenados entravam em massa usando jaquetas cinza, sendo levados rampa abaixo por um punhado de guardas.

Ao fundo estava o módulo de transporte, um dispositivo redondo com assentos e travas de segurança, que levaria os jovens à Terra. O cenário era completamente perturbador, mas parecia melhor do que a alternativa. Embora houvesse a possibilidade de um rejulgamento aos 18 anos, praticamente todos os réus juvenis estavam sendo considerados culpados. Sem essa missão, estariam contando os dias até suas execuções.

O estômago de Bellamy se contraiu ao ver uma segunda rampa e, por um momento, temeu ter perdido Octavia. Mas não importava se ele a veria embarcar ou não. Eles se reuniriam em breve. Bellamy puxou as mangas do uniforme de Colton. O traje não lhe servia bem, mas nenhum dos outros guardas parecia notar. Eles estavam focados na parte inferior da rampa, onde o Chanceler Jaha falava com os passageiros.

THE 100 ᵇᵉˡˡᵃʳᵏᵉOnde histórias criam vida. Descubra agora