Capítulo 15 - Ajuda

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WELLS
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Wells disparou no momento em que o grito de Clarke acendeu cada nervo em seu corpo. Segui-la pela floresta não havia sido fácil, principalmente porque ele precisava manter distância — Clarke ficaria furiosa se o visse. Mas agora, ele corria pela grama, mal sentindo o chão sob suas botas. Acabara de chegar à janela de vitral quando um segundo grito, mais estridente, cortou o ar.

— Clarke! — ele gritou, enfiando a cabeça pela abertura do vidro quebrado. Lá dentro estava escuro, mas não havia tempo para procurar uma lanterna. Diante de si, Wells mal podia distinguir dedos agarrados a uma saliência. Sem hesitar, ele se lançou para dentro, aterrissando com um baque sobre uma plataforma de madeira, e, em seguida, deslizou de barriga, esticando o braço sobre a borda para agarrar um dos pulsos de Clarke, enquanto se firmava na parede de pedra. — Estou com você — assegurou ele.

Mas sua confiança foi prematura. Uma das mãos de Clarke escorregou, e agora todo o peso dela pendia de sua mão. Wells sentiu seu corpo sendo puxado para a beira.

— Clarke! — ele gritou novamente. — Segure firme!

Com um esforço enorme, Wells conseguiu se sentar e pressionou um dos pés contra a parede. Sua mão estava suada, e ele sentia que ela escapava de seus dedos.

— Wells — a voz esganiçada de Clarke ecoou pelo espaço vazio, como se uma centena de Clarkes clamassem por ajuda.

Ele cerrou os dentes e puxou com toda a força, soltando um suspiro de alívio e exaustão quando a outra mão de Clarke voltou a se segurar em seu braço.

— Quase lá. Vamos!

Clarke conseguiu posicionar os cotovelos sobre a plataforma de madeira, e Wells a ajudou a puxar o resto do corpo sobre a saliência. Ambos caíram juntos contra a parede de pedra.

Clarke estava ofegante, tentando controlar os soluços enquanto recuperava o fôlego.

— Está tudo bem — disse Wells, envolvendo-a com o braço. — Você está segura. — Ele esperou que ela recuasse ao sentir seu toque, mas, em vez disso, Clarke se aninhou em seus braços.

Wells a apertou mais forte.

— O que você está fazendo aqui? — perguntou ela, com a voz abafada em seu abraço. — Eu pensei... eu esperava...

— Eu a segui... estava preocupado — Wells murmurou contra os cabelos dela. — Eu jamais deixaria algo acontecer a você. Nunca. — As palavras saíram sem que ele pensasse, mas, enquanto as pronunciava, sabia que eram verdadeiras. Mesmo que Clarke estivesse com outra pessoa, mesmo que beijasse outro, ela sempre poderia contar com ele.

Clarke não respondeu, apenas permaneceu nos braços de Wells.

Ele a segurou, temendo dizer algo que pudesse acabar com aquele momento, enquanto o alívio dentro de si se transformava em uma centelha de esperança. Talvez ainda houvesse uma chance de reconquistá-la. Talvez, nas ruínas do velho mundo, eles pudessem começar algo novo.

THE 100 ᵇᵉˡˡᵃʳᵏᵉOnde histórias criam vida. Descubra agora