Capítulo 32 - Mount Weather

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CLARKE
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Deitada sobre o peito de Bellamy, Clarke se perguntava como era possível se sentir tão à vontade, mesmo estando no chão em plena noite. Normalmente, ela estaria tremendo sob o cobertor fino, mas o calor que a envolveu assim que Bellamy a tomou em seus braços não havia se dissipado.

Bellamy tinha os olhos fechados, mas, a cada poucos minutos, ele a puxava para mais perto, beijava sua bochecha ou acariciava seu cabelo. A fogueira já havia se apagado, e a única luz vinha das poucas estrelas que conseguiam atravessar a copa das árvores.

Clarke se virou de lado, encostando as costas no peito de Bellamy. Ele a apertou mais forte, puxando-a para si, mas dessa vez foi apenas um reflexo; sua respiração ritmada indicava que ele já estava dormindo.

De repente, um leve lampejo de luz cortou a escuridão. Será que a fogueira ainda estava acesa? Não parecia. A luz vinha de algumas centenas de metros de distância, próximo a uma formação rochosa na montanha.

O coração de Clarke acelerou, e ela se virou para Bellamy.

— Ei — sussurrou no ouvido dele —, acorde. — Como ele não reagiu, ela sacudiu levemente o ombro dele. — Bellamy. — Ele apenas murmurou algo e roncou alto. — Bellamy!

Clarke se levantou rapidamente, soltando-se dos braços dele. Bellamy abriu os olhos, confuso.

— O que foi? — perguntou sonolento. — O que está acontecendo?
Ao perceber a expressão de Clarke, a preocupação o despertou. Ele se ergueu ao lado dela.
— Você está bem?

Clarke apontou para a luz à distância:
— O que acha que é aquilo?

Bellamy apertou os olhos na direção da luz.
— Não faço ideia — disse ele, pegando seu arco que estava ao lado. — Mas vamos descobrir.

Clarke segurou sua mão.
— Espera, deveríamos pensar em um plano.
Bellamy sorriu.

— Um plano? O plano é ver o que é aquilo. Vamos.

Os dois adentraram a floresta, seguindo em direção à luz, que ficava cada vez mais intensa. Clarke logo percebeu que era uma luz elétrica, banhando as árvores e rochas ao redor em um brilho amarelado.

— Clarke — Bellamy chamou, a voz carregada de cautela. — Não estou seguro disso. Talvez devêssemos esperar o amanhecer.

— Nem pensar — respondeu Clarke. Agora que estavam tão próximos, a curiosidade a impulsionava. Ela apertou mais firme a mão dele e continuou.

Chegando à fonte da luz, Clarke notou que era uma lâmpada cercada por uma estrutura metálica, como uma jaula para evitar que a luz escapasse.

— O que é isso? — murmurou Bellamy. — Não pode estar aceso desde o Êxodo, pode?
Clarke balançou a cabeça.

— Impossível. Já teria queimado há muito tempo.

Ela deu um passo para trás e se surpreendeu.

— O que foi? — perguntou Bellamy, alarmado.

— Olha isso — disse ela.

A formação rochosa não era apenas uma pilha de pedras. Havia degraus esculpidos no solo, descendo pela encosta. Clarke não hesitou e se moveu na direção dos degraus.

Bellamy ficou tenso.

— De jeito nenhum, Clarke. Não vamos a lugar algum sem antes entender o que isso significa.

Clarke examinou algo nos degraus que antes havia confundido com uma sombra. Era uma placa de metal, desgastada pelo tempo. Ela se abaixou para ler.

— Mount Weather — disse ela.

THE 100 ᵇᵉˡˡᵃʳᵏᵉOnde histórias criam vida. Descubra agora