Capítulo XI: Filhote perdido.
Bem cedo na manhã seguinte, Dottore embarcou em um navio rumo a Sumeru, sendo acompanhado por alguns agentes e dois de seus segmentos, Kappa e Gamma. Pantalone não o acompanhou até o porto para se despedir, por mais que desejasse. Dottore decidiu que a distância era o melhor curso de ação no momento e, mesmo que o Nono não concorde, ele ainda assim respeitaria a decisão que foi tomada.
Então ele foi trabalhar, como fazia todos os dias, com a vã esperança de que o trabalho mantivesse sua mente longe de um certo ômega de cabelos azuis... Mas, pasmem, não estava funcionando. Pantalone não conseguia descrever em palavras ao certo o que estava sentindo, mas era como se seu ômega interior estivesse descontente com a distância. "Você deveria estar lá, com ele!", sua mente gritava, "Você falhou."
— Não falhei em nada. — resmunga consigo mesmo, tentando aterrar esse sentimento ruim — Ele quis assim, então não há nada que eu possa fazer. — Talvez, se Tartaglia estivesse presente, o filhote pudesse ajudá-lo a se distrair um pouco com seu comportamento bobo e enérgico. Ele detesta admitir mas... gostava do garoto.
Pantalone assina mais alguns papéis e depois foca a atenção na pasta elegante de papel pardo que chegou a sua mesa naquela manhã. Havia sido enviado por Pulcinella, é claro. Os dois estavam trabalhando em um novo projeto nas últimas semanas, algo grande, que beneficiaria a todos futuramente. Quando o plano de Sua Majestade entrar em vigor e o destino de Teyvat for reescrito, o Projeto Sthuza será o futuro de Snezhnaya.
Um projeto tão importante assim talvez o ajudasse a se manter focado. Pelo menos um pouco.
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De volta ao laboratório, Phi estava triste e entediado. Prime tinha ido embora para, como havia dito, "resolver coisas importantes em outro lugar, muito, muito longe dali." Ele não sabia quando sua mãe estaria de volta, Prime não se importou em dizê-lo, então Phi estava aqui sozinho, seus irmãos estavam ocupados demais para fazer-lhe companhia.
O menino passou o dia inteiro no laboratório/oficina do Prime, observando a movimentação no Heresia através das paredes de vidro enquanto trabalhava em seu próprio projeto, o carrinho espião que tinha sido negligenciado pelo doutor a ponte de acumular poeira.
Ele trocou as rodinhas convencionais por rodas lagarta como o doutor tinha sugerido e de fato ajudou a transpor obstáculos, como ressaltos e degraus. Vasculhando a pilha de sucata noutro dia, Phi encontrou lentes e circuitos intactos do visor de um Caçador das Ruínas, e os acoplou na câmera frontal. Agora seu carrinho tinha um scanner e visão noturna! Phi estava muito feliz com o resultado... pena que não havia ninguém para mostrar.
A criança funga um pouco decepcionada, mas logo sacode a poeira e senta-se na cadeira giratória do Prime com uma espécie de controle remoto em mãos. Ainda havia um teste a ser feito, ele precisava saber até onde o sinal do controle alcançava, então ele liga o carrinho, estica a antena e aciona o pequeno monitor que estava bem no meio. A imagem não era excelente, mas ele podia ver a si mesmo através da câmera.
Então Phi inicia seu pequeno teste, primeiro dando algumas voltas pelo laboratório e se divertindo quando alguns de seus irmãos tentam capturar o carrinho e falham miseravelmente. Em uma dessas voltas, ele vê que a porta do laboratório está aberta, e então hesita. Não totalmente, mas apenas uma fresta... O suficiente para o carrinho passar. O garoto estaria mentindo se dissesse não estar curioso sobre o que havia do lado de fora.
Ele acelera o carrinho e atravessa a porta.
É um pouco escuro do lado de fora e demora um pouco para subir as escadas. Isso o faz perceber que provavelmente estão muitos andares abaixo. Eventualmente a imagem torna-se um pouco mais clara, e Phi suspeita que a súbita claridade tenha algo a ver com as grandes aberturas envidraçadas nas paredes. Como se chama esse tipo de coisa?
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ZYDRATE GUN
Fanfic[A/B/O Omegaverse | não convencional] Desde que se uniu aos Fatui, Pantalone nutre uma paixão secreta pelo mais infame dos Mensageiros: Il Dottore. Após anos observando o ômega a distância, finalmente uma preciosa oportunidade de aproximação surge.