Duas semanas após|• Quarta-feira
Pares de olhos me cercavam, como se eu fosse o centro do show inusitado do supermercado. Me sentia em um filme de terror, e o vilão certamente seria eu, e a minha falta de sorte.
Isto é, depois de quase meia hora a rodar aquele lugar em busca de uma mísera lata de atum, me vi em meio a toneladas delas no chão, por um empurrão em que levei de alguém apressado que passou feito vapor por mim. Puta falta de atenção.
Diversos palavrões formularam-se em minha cabeça, e eu até iria lhe dedicar alguns deles, mas quando vi, havia restado só eu, o gerente do lugar e as pessoas curiosas que nos cercava.
Senti meu estômago embrulhar com o cheiro nojento em que vinha de minha roupa ensopada. Ótimo, era só uma vinda boba ao supermercado e agora estava cheirando a peixe velho, sendo o centro das atenções em meio a tanta gente fofoqueira e sem noção, que ainda por cima gravava toda a situação. Belo dia para não sair de casa!
- Senhorita, eu sinto muito. Mas precisará arcar com o prejuízo. - Dialogava o gerente, tampando o nariz com a ponta dos dedos. Logo lhe dei um olhar de reprovação. Era só o que me faltava.
- Eu não vou pagar nada, não fui eu que causei isso. Praticamente fui atropelada por um animal mal educado, resolva-se com ele. - Esbraveci, tirando os pedaços de atum grudado em minha roupa. Ok, esse pedaço de pano já era.
- Não tem ninguém aqui. Além da senhorita...
Olhei em volta e, qual era o problema dele? Este lugar estava cheio de gente, e não seria eu a pagar nada. Malmente tinha dinheiro para pagar uma faculdade e minhas contas em casa, jamais gastaria um real se o prejuízo de fato não havia sido minha culpa.
Eu sinto muito por ele, mas este ambiente estar cheio de câmeras espalhadas a cada corredor, não seria muito difícil encontrar o culpado. Posso até ser a pessoa que derrubou cada uma daquelas latas, mas não fui eu que empurrei ninguém.
- Mas é claro que não, acha mesmo que ele ficaria para ver o estrago em que fez? Além de mal educado, é um grande sem caráter. - ditei enraivada, só de lembrar do ser em que causou tamanha situação desagradável. - Eu não vou pagar por algo que não fiz, não mesmo. - me recusei, cruzando os braços.
- E quem vai pagar o meu prejuízo?
- Eu pago...
Meu corpo enriqueceu-se em curiosidade com aquela voz suave em que estremecia meus ouvidos. Então,
Imediatamente virei-me, afim de averiguar quem seria a pessoa pelo qual ditava singelas palavras aliviantes.E devagar meus olhos foi calculando a silhueta em que atrevessava a sessão, no meio de toda aquelas pessoas, até finalmente parar em nossa frente. Ele carregava consigo um sorriso sincero, e eu, a sensação que cairia de joelhos ali mesmo, como uma verdadeira idiota.
Bati os cílios; uma, duas, talvez umas dez vezes, isto é, somente as que cheguei a contar mentalmente. Estava nervosa, perplexa, quase entrando em um transe grandiso. Sentia que a qualquer momento minhas pernas me deixariam na mão, de tanto que elas tremiam.
Meu coração saltitava tão rápido, quanto a minha ansiedade. Em outras palavras, estava a ter um ataque. Mas ainda sim, eu sorrir para o jogador. Um sorriso leve e cheio de carinho.
Era Garro em que me cedia uma visão privilegiada, era ele, de novo ele. E eu não sei como demostrar o quanto sou grata por aquele dia, pelo café, e pelas mensagens de preocupação do dia seguinte.
E mesmo que não me lembre de muita coisa, quase nada específicamente falando, eu havia gostado muito de saber que foi ele a me tirar daquele lugar.
- O senhor vai pagar pela moça?
E então, aquela voz irritante novamente havia me causado nos nervos. Sai do transe em que me contratava e percebi que simplesmente hoje seria um pessimo dia para reencontrar o jogador Corintiano. Afinal, quem levaria a sério alguém que discutia com um dos responsáveis do supermercado enquanto cheirava a peixe?
Que vergonha!!!
- Que? Não, ele não vai pagar nada. - me atrevir a entrar na conversa mais uma vez, qual é? Eu não tenho dinheiro para paga-lo depois, e tem mais, eu não fiz nada de errado para entrar com dinheiro neste mercado, além do meu consumo, que seria apenas uma lata estúpida de atum. - Eu fui empurrada, será que eu preciso desenhar isso caramba???
- É, mas ninguém viu ninguém lhe empurrar!!!
- Se a Moça estar dizendo que foi empurrada, é porque ela foi. - Rodrigo ditou, e eu sorrir timida, porém agradecida. - Nunca duvide da palavra de uma dama, é feio.
Eu amava aquele sotaque, o modo pelo qual falava. O seu idioma de origem era o espanhol, mas era engraçado ver-lo tentar falar em português. As vezes atropelava algumas palavras, comia um verbo aqui, outro ali, mas ainda sim continuava fofo.
passava horas lhe vendo dar entrevistas. Mas agora, oh céus, agora o vendo defender-me dessa maneira, pessoalmente, era muito melhor!!!
- Desculpe senhor, não queria ir contra a moça é que... - é interrompido.
- Mas foi. - o respondeu ríspido. - Mas não estou aqui para ensina-lo boas maneiras, só quero que Diga-me quanto ela lhe deve, que irei faze-lo um cheque.
- Rodrigo, por favor, não precisa fazer isso... - falei, pegando suavemente em seu braço, mas logo o soltando ao perceber o contato físico.
Ele virou devagar a cabeça até a mim e me deu mais um sorriso confiante. Oh como era bom vê-lo sorrir, seu sorriso era incrivelmente bonito.
- Relaxa, e eu estou muito feliz em ver que estar bem... - cochichou para mim, e logo me analisou de cima a baixo vendo o meu estado real, rindo baixinho. - Talvez não tão bem assim, mas você entendeu. O mesmo finalizou a conversa dando-me uma piscadela, e foi inevitável não suspirar.
Por que diabos, tão perfeito?
A Caroline vitória, me garantiu que dava para entender logo no início do cap, q a Ayana havia sido empurrada por alguém. Se não deu para perceber isto, a culpa é totalmente dela gente😅🤣
....
O Garro é um fofo né galerinha??? Meu deus 🥹
Cadê q essa sorte eu tenho?
Não tenho!!!Mas e vocês? O q acharam do cap?
Bom? Ruim? Mais ou menos?
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(𝑴𝒆) 𝑬𝒏𝒄𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂 |• Rodrigo Garro
Fanfiction(𝑴𝒆) 𝑬𝒏𝒄𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂 ༄༄ "onde Anaya desabafa com seu jogador favorito, sem saber que era o seu jogador favorito."