capitulo XVI

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Ela estava impecavelmente linda aquela tarde

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Ela estava impecavelmente linda aquela tarde. Seus cabelos movimentavam leve, sutil. Havia um sorriso radiante em sua face, revelando talvez, uma possível alegria. Enquanto a observava, sentia a cada minuto, que a falta de ar seria uma hora ou outra, prejudicial.

Com os lábios trincados em uma linha dura e os olhos quase que saltitando para fora, eu os via dançar. Mas por que? Pra que? Por que tão colados? Por que ele cochicha o tempo inteiro em seu ouvido e sorrir depois?

O que ambos conversavam? E por que a Anaya parecia tão sastifeita em estar com o Pedro?

Minha cabeça latejava. Eu só ainda não sei se é pela bebida, ou pelas perguntas que assombravam o meu subconsciente.

Apertei os olhos quando percebi eles rirem juntos. Qual era o problema do Raul? Ele nem a conhecia. E ela? Se queria dançar, por que não chamou a mim?

Modéstia parte, sou um ótimo pé de valsa. Ok, nem tanto. Todavia, melhor que o desengonçado do Raul, eu sou.

- O ciúmes não estava batendo, tava dando porrada. - Ouvir o canto soar livremente pelo ambiente, misturando-se com a canção que tocava de fundo. Movi com leveza a cabeça para o lado e vi que era Raniele.

Rodei os olhos, em reprovação. Havia entendido a sua gracinha, idiota.

- Não enche o saco! - Dei um gole na cerveja grudada em minha mão, que em modéstia parte, era péssima.

- Eu não fiz nada. - levantou as mãos em rendição. - Mas... - dramatizou. - Eu acho que você não gostou muito do que viu.

- Não sei do que estar falando.

As mãos do jovem foi posta brevemente em minha cabeça, onde ele a virou em direção ao que eu tentava ignorar.

- Estou falando disso. - riu.

Bufei.

- Não é que eu não gostei... - Me calei por um estante, analisando os diálogos certos a serem ditos. - Eu só acho que é totalmente desconfortante o Pedro ficar em cima de alguém que ele mal conhece.- Indaguei, bravo. Mais bravo do que fato deveria estar.

- Ah, claro - respondeu Raniele, rindo debochado enquanto cruzava os braços e se encostava na parede ao meu lado. - Só desconfortante, né? Nada a ver com o fato de ser a Anaya.

- Claro que não! - rebati rápido demais, quase cuspindo a cerveja. - Ela pode fazer o que quiser. Eu só acho... esquisito.

- Esquisito? - Raniele arqueou uma sobrancelha, o sorriso ainda zombeteiro. - Esquisito é você estar se incomodando tanto com isso.

Olhei de relance para Anaya e Pedro, ainda dançando, tão próximos que os corpos pareciam se fundir. A risada dela ecoava de tempos em tempos, como uma melodia que me irritava sem razão.

- Já Falei que não estou incomodado. Mas você e eu sabemos que o Pedro é um mulherengo safado. Não quero que ele a iluda, ou a machuque. - isso era verdade. - A Nana é um diamante raro de mais, para embelezar pingente de colares vagabundos. - fiz careta e ouvir o meu amigo gargalhar ainda mais alto.

(𝑴𝒆) 𝑬𝒏𝒄𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂 |• Rodrigo GarroOnde histórias criam vida. Descubra agora