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Bar - Beleléu|• 23h e 20m, São Paulo
A música busca atingir a beleza por meio de melodias, ritmos e sons, desta maneira tendia a ser mais fácil a minha permanência no bar de seu Manuel. Ali costumava a ser meu lugar favorito, discreto, sem muito tumulto, mas extremamente confortável.
Era neste ambiente em que me escondia quando as coisas não iam bem, me sentia em casa, sem problemas a volta.
A melodia harmónica de Sorriso maroto suavizava perfeitamente os meus ouvidos. Me divertia ao som de um bom pagode e uma bebida impecável, em modéstia parte o meu amigo, e também dono do lugar, tinha a melhor cerveja de São Paulo.
Apoiei com cuidado os braços no balcão, pondo-me a frente do Barman que aparentemente já esperava por um pedido que viesse de mim, os meus lábios estavam prestes a movimenta-se, quando escuto uma voz um tanto, quanto embargada ao meu lado.
Elevei uma sobrancelha e só aí me dei conta que na verdade o trabalhador não esperava por um pedido meu, mas sim da pessoa ao lado.
- O que aconteceu com as cervejas deste lugar, Luciano? Parece que diminuíram - resmungou o ser que pela voz suave, julgo ser uma mulher. Então, me atrevi a olha-la pela primeira vez desde em que cheguei ali. - Foda-se também, me desse mais uma por favor.
Proferir um olhar sincero em sua direção, distinguindo uma jovem de pele morena, olhos negros como a noite, porém tristonhos. Tinha uma feição fechada, parecia sofrer, mas me encantei com o fogo de seus Dreads.
Confesso que o tempo diminuiram por meros segundos, que passaram como uma estrela candente por meus olhos.
A moça tinha metade de seu corpo apoiada no balcão, estava com a cabeça assentada no mármore, todavia, descia bebida a Guela baixo, pelo menos era isso em que as inúmeras garrafas vazias sinalizava ao seu lado.
Quem era ela?
- Ou talvez você que esteja a beber de mais. - Ousei dizer, o que de certo modo a fez me encarar. Ela estreitou os olhos, tentando em vão me reconhecer, mas parecia que sua visão estava falhando.
