capitulo VII

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Uma grana preta

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Uma grana preta. Não sei exatamente o valor, já que optei por esperar fora do escritório, não tinha coragem de estar presente em tamanha palhaçada,mas pela pinta de satisfação no olhar do homem de terno e gravata, imagino que pouco não foram as notas em que preencheram a sua conta bancária.

Ai merda! ele não precisava mesmo fazer isso. O prejuízo haveria de ser arcado por quem o casou, e neste caso caso não havia sido eu, e tão pouco o Argentino. Acho que terei que procurar outro supermercado, urgentemente.

— Você não precisava mesmo ter feito isso, eu não sei onde enfiar a cara de tão envergonhada que estou. Desculpe.

Foi tudo que lhe disse desde em que deixamos aquele maldito estabelecimento. A verdade é que eu mal conseguir olhar em seus olhos, e isto soa irónico, já que vivi boa parte da minha vida esperando pelo dia em que finalmente fosse conhecer o meu jogador favorito, mas agora que estamos aqui, lado a lado, não consigo esboçar nenhuma reação além uma de pobre coitada

Droga!!

— Estou lhe salvando pela segunda vez, mais uma e já podemos pedir música no fantástico. - o jogador tinha um humor invejável, mesmo durante a esses caos, ele ainda tentava ver tudo em bons olhos. Ta ai um exemplo a ser seguido. 

Minhas bochechas logo ganharam marcas avermelhadas que simbolizava uma camada grossa de vergonha. 

— Eu sinto muito por isso. — voltei a me desculpar. Este disco estava a ficar repetido.

— Ei. — riu fraco, então o encarei com a testa franzida. — estar tudo bem, estava só a brincar.

O alívio estendeu-se em meus ombros quando os relaxei. O olhei mais uma vez, enfiado as mãos no bolso de trás da calça. Sorri amarelo para o homem, que  retribuiu.

— Você sabe que para pagar tudo que lhe devo, irei precisar de tempo não é?

Continuamos a andar, mas nada saiu de sua boca, voltei a dialogar;

— Não é um calote, eu juro. Eu só não terei como lhe pagar em curto prazo.

— O seu cabelo é ótimo, gosto dele.

Devagar meus passos foram diminuindo e em consequência disto, os seus também. Fixei nossos olhos em um modo para lá de profundo, ainda tentando entender o que acontecia. Afinal de contas quais eram as suas intenções com o mudar de assunto?

Enruguei a testa.

— Estou te falando que possivelmente irei demorar mais do que queria para pagar a sua grana, e tudo que tem a me dizer é sobre o meu cabelo?

Ele riu, negando freneticamente com a cabeça.

— Você não me deve nada Anaya, eu fiz isto porque eu quis, não estou lhe cobrando nada em troca. E sim, eu adoro o seu cabelo. — confessou ele, e ali, oh céus, ali eu sentir que perderia os movimentos do meu corpo logo, logo.

(𝑴𝒆) 𝑬𝒏𝒄𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂 |• Rodrigo GarroOnde histórias criam vida. Descubra agora