Capítulo XVII

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Eu sei, levar um argentino até uma roda de capoeira, beirava a Inovação

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Eu sei, levar um argentino até uma roda de capoeira, beirava a Inovação.

Principalmente, quando este Argentino nada mais era que um, dos melhores jogadores do Corinthians.

Mas, por outro lado, queria que o homem conhecesse um pouco do meu mundo. Onde eu morava, os garotos sempre se reunia para praticar a arte. E eu, sempre que podia estava a a assistir ou até mesmo, participava.

Era divertido.

Pensei mais de uma vez se seria uma boa ideia. E acredite, em todas elas tive a sensação que seria melhor não. Mas cá estou eu, a mostrar-lo o ambiente como uma boa teimosa que sou.

Mal não fazia. Caso não gostar-se, eu o levaria embora. Era só uma tentativa de fazer-lo conhecer novas culturas.

- Você vai adorar, Garrito! A capoeira é uma mistura de arte marcial, dança e música. É tudo sobre ritmo e movimento! - disse, puxando sua mão com um sorriso largo. Ele hesitou um pouco, mas logo seguiu meu passo, embora ainda parecesse deslocado.

O sol brilhava intensamente sobre a quadra de capoeira, e eu estava empolgada.

O rapaz estava ao meu lado, com o cabelo bagunçado e uma expressão de pura curiosidade, mas também um pouco de apreensão. Não conseguia conter o sorriso enquanto o puxava para o centro da quadra.

Ele balançou a cabeça, olhando em volta como se estivesse tentando decifrar aquele novo mundo.

- Muito bonito mesmo, eles tem uma leveza não é? - ele disse tão bonitinho, tão fofo, que acabei por rir.

O som da berimbau ecoava pela quadra, sua corda vibrava suavemente enquanto um dos capoeiristas começava a tocar. O ritmo contagiante penetrava no ar, e o cheiro do suor e da terra batida me envolvia como uma lembrança de casa.

- Exatamente! É como se eles flutuassem - respondi, puxando-o mais para perto. - Olha, você já vai ver! Vamos nos juntar a eles!

- Que? Nao. - ele hesitou. - Eu não sei fazer isso, Anaya. - Rodrigo segurava meu braço como uma criança, prestes a se esconder do que julga ter medo. Confesso que gargalhei com a ação.

- Só relaxa, tá? Ninguém nasce sabendo, estamos aqui para nos divertir.

Penetrei o olhar em sua direção e o vi sorrir largo. Seus olhos verdes eram tão intensos, radiantes, era a única coisa verde que eu era incapaz de odiar.

A atmosfera era elétrica; risadas e palmas se misturavam à música, criando um ambiente vibrante.

Mais capoeiristas se reuniam em um círculo, com roupas coloridas girando como um arco-íris em movimento. As vozes subiam em um canto que era ao mesmo tempo alegre e profundo, contando histórias de luta e celebração.

Como eu amava esse ambiente.

- Vem cá, eu vou te ensinar alguns passos! - exclamava, puxando-o para dentro do círculo. A adrenalina corria em minhas veias, e a sensação de ser a "anfitriã" do moço me animava.

(𝑴𝒆) 𝑬𝒏𝒄𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂 |• Rodrigo GarroOnde histórias criam vida. Descubra agora