Após um término doloroso e um amor falido, tudo que Billie queria, era enfiar sua cara nos negócios para não pensar em ninguém, e nunca mais tornar a se apaixonar de novo. Mas ela nem imaginava, que um dia sua vida poderia tomar um rumo completament...
Depois dessa noite de terror, tudo que eu menos queria era ficar em casa, mesmo sabendo que não estaria segura em lugar nenhum. Pelo menos na rua eu estava rodeada de pessoas. De certa forma isso me fazia sentir mais segura.
Coloquei casaco e calça largos, afim de esconder as marcas dos cortes feitos pelos cacos de vidro, sem me machucar. Quando o que eu mais queria era sair gritando por socorro.
Sai pra trabalhar bem cedo, na verdade cheguei duas horas antes do meu expediente. Andava na rua como uma fugitiva, olhando para todos os lados, barulhos de buzinas me assustavam. Tinha medo passar por curvas, sentia que a qualquer momento Nate sairia dali e me levaria pra algum lugar, e daí, já não saberia se sairia viva.
Enfim, cheguei à empresa. Tive que fingir normalidade, consegui despistar todas as pessoas, menos a que eu deveria. Billie.
- bom dia, Emma - franziu o cenho olhando o relógio - faltam duas horas pro seu expediente começar, por que veio tão cedo?
- é-é que eu queria adiantar o trabalho senhorita.
- mas você não está sobrecarregada.
- é-é - droga, não sabia mais o que inventar.
- Emma, está tudo bem? - ainda com o cenho franzido, mas agora com os olhos cerrados também.
- sim.
- hum, bom trabalho.
- obrigada.
Deu pra ver que ela não acreditou, mas mesmo assim não ficou insistindo, entrou em sua sala com seu café, como sempre.
As horas pareciam estar voando, quanto menos eu queria ir pra casa, mas rápido o tempo passava. Não vou aguentar viver assim. Hoje mesmo, vou até a delegacia de polícia, mesmo sabendo que com certeza ele estará atrás de mim.
Billie
- bom dia azeda - zoe entra em minha sala.
- bom dia - franzi o cenho - o que faz aqui?
- estava entediada, aquela casa é muito grande pra ficar sozinha - rolou os olhos - está pensativa desde ontem, o que não me contou?
- uma coisa muito estranha aconteceu...
- diga!
- quando encontraram meu carro, tinha um bilhete...
- e o que estava escrito de tão importante pra te deixar assim?
"é isso que acontece quando se mexe com a garota dos outros, isso é só o começo, Eilish".
- como assim "garota dos outros"? Deve ter uns cinco meses ou mais que você não pega ninguém.
- é...
- deve estar até com teias aí em baixo.
- também não precisa humilhar! - lhe joguei uma bola de papel.
- andou pegando alguém da empresa, Eilish? - cerrou os olhos.
- uma funcionária? - franzi o cenho.
- e você sai daqui ? - ergueu o cenho.
Comecei a ficar pensativa. A única funcionária que eu já havia me sentindo interessada era Emma. Mas nunca demonstrei isso explícitamente, e ela também não tinha namorado.
- eu realmente não entendo...
- Billie... - uma mensagem de número desconhecido chega no celular de Zoe, e sua expressão muda para uma de medo.
- o que foi? - desgrudei minhas costas da cadeira.
Ela virou o celular para a minha direção, e o que eu vi ali me fez entrar em pânico.
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