capítulo 41

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"Luna"

Emma

Terminava de pentear o cabelo o segurando com a mão pra ver se ficaria bom em um rabo de cavalo enquanto me questionava mentalmente se aquela roupa estava boa. Nada parecia estar bom o suficiente, tirando o fato de que quase nada estava cabendo em mim, e que isso estava me frustando. Billie fazia de tudo para me convencer de que estava bonita, mas eu acho que nem ela acreditava nisso.

É lógico que eu não estava bonita, minha barriga estava enorme, meu nariz deu uma inchada e meus pés só faltavam sair voando.

O único lado bom disso eram meus peitos, que não só Billie, mas eu também estava adorando eles desse tamanho.

Pressionava eles um contra o outro no espelho enquanto agradecia a Luna mentalmente pelo silicone temporário.

- eu já falei que você está uma delícia, pra que mais meu amor?

- mas eu não acredito, e não estou satisfeita.

Billie revirou os olhos mais uma vez e se jogou na cama. Não a culpo, ela está fazendo tudo que pode. Admito que não estou sendo uma grávida nada fácil e admiro ela não ter revogado seu pedido de casamento.

- amor! — gritei por Billie tentando fechar o zíper de uma saia que claramente não cabia mais em mim, mas eu não ia desistir.

Escutei barulhos de passos e logo depois ela apareceu de volta no closet, passando os olhos pelo lugar tentando encontrar o que eu precisava de ajuda. Me virei de costas com a mãos no zíper e ela se negou de primeira.

- nem pensar, vai colocar uma roupa que caiba em você — me repreendeu.

- mas eu quero essa — resmunguei.

- mas essa não te cabe, não está vendo?

- por favor — resmunguei mais uma vez, Billie revirou os olhos pela não sei quantas vezes no dia e me virou, se agachando atrás de mim e pondo as duas mãos no zíper.

- amor, isso não vai subir — ela murmurou enquanto forçava o pedaço de ferro para cima com os dedos.

- deve estar enterrado, bota mais força nisso aí — disse impaciente.

Ela puxou o tecido para baixo e pôs mais força, puxando o zíper para subir, como ela já esperava, não subiu e ainda machucou o seu dedo.

- droga! — ela gritou com o dedo na boca — eu disse que essa merda não ia subir!

- me desculpa, amor. Eu achei que se fizesse força, ia dar certo — peguei o dedo dela vendo onde tinha feito pressão e dei um beijo.

- tá bom, não foi nada — ela me tranquilizou passando a mão pelos meus cabelos e dando um beijo na minha testa — podemos ir agora? Eu te espero trocar de roupa.

- eu acho que não tô estou muito bem... Podem ir você e as meninas — balancei a cabeça meio triste, pela primeira vez na minha vida estava me vendo sem autoestima. Descobri que gostosas também sofrem.

Tirei a saia que não fechava, ficando só de calcinha e um top faixa e fui até a cama, me sentando lá e olhando para o nada.

- eu não vou a lugar nenhum sem você — Billie veio atrás.

- olha, eu não tô com clima pra sair e não é justo estragar a noite de vocês — Billie se sentou ao meu lado — Podem ir, vou ficar bem aqui — pus a mão em seu ombro e selei nossos lábios.

- não vou deixar você sozinha — ela pôs a mão sobre a minha, em seu ombro — vou avisar as meninas que não vou mais.

- sabe que não precisa fazer isso por mim, né? — Billie se levantou.

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