capítulo 33

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"I should have listened to my intuition"


Emma


- eu, você e nosso bebê. Vamos pra África, quero apresentar todos os animais do mundo pra ele - ela dizia animada - depois quero levar vocês pra frança, quero que um dos primeiros lugares que ele conheça, seja a torre Eiffel, e depois...

- meu amor, você quer viajar com a gente o mundo inteiro com ele ainda pequeno? - perguntei rindo.

- sim! Eu quero levar ele pra todos os lugares, e tirar muitas fotos. Quero fazer um álbum lindo - ela falava com minha barriga, frequentemente se desconcentrando da estrada.

- amor, presta a atenção na estrada por favor - pedi a ela carinhosamente, tentando disfarçar a sensação ruim que estava sentindo. Estávamos voltando para casa, fomos dar a notícia da gravidez para Becca e ela ficou muito feliz em ser uma das madrinhas. Só reclamou de não ter sabido de imediato, mas isso, eu já esperava.

A estrada estava escorregadia e um tanto perigosa. Como Maggie disse, estava chovendo muito, os vidros estavam um pouco embaçados e haviam vários carros quase invisíveis por estarem com o farol desligado.

Quem em sã consciência anda com o farol desligado, em uma droga de tempestade?

Só pode estar querendo causar um acidente.

- tá tudo bem meu amor? - Billie apertou minha coxa, olhando para mim.

- que droga, Billie - levantei meu tom de voz aparentemente nervosa - tem como prestar a atenção na droga da estrada!?

- o que aconteceu? - ela tirou sua mão da minha coxa passando a marcha, ela visivelmente tinha ficado triste com minha alteração de humor repentina.

- desculpa, desculpa... É, que... Essa chuva, estrada, esses carros quase imperceptíveis passando por nós, só me lembra o acidente que eu tive com os meus pais - minha respiração alterou ficando mais pesada - me desculpa, desculpa - me inclinei para o lado, dando um beijo em sua bochecha.

- tudo bem, não precisa se desculpar - ela desviou o olhar do volante olhando pra mim.

- olha pra estrada - disse séria, minha voz estava um pouco ofegante, era como se eu sentisse que algo iria acontecer, minhas emoções estavam todas afloradas.

- eu só... deixa - ela balançou a cabeça, estava triste.

- eu tô com medo... - disse sentindo as lágrimas invadirem meus olhos, querendo rolar pelo meu rosto.

- não vai acontecer nada, meu amor - ela estendeu sua mão fazendo carinho em meu rosto - enquanto eu estiver aqui, pra proteger vocês, nada vai acontecer. Eu prometo...

- Billie!

Gritei segurando a sua mão.

Um carro desgovernado e com a porra dos faróis apagados, nos atingiu.

Ele tirou nosso carro da estrada, fazendo-o bater contra a parede de concreto de um prédio, violentamente.

O airbag não acionou. Resultando em acabarmos batendo a cabeça com força. Minha cabeça rachou o vidro do banco do carona, e Billie bateu a cabeça no vidro do lado dela.

Estávamos com cinto de segurança, mas isso não foi o suficiente para nos impedir de nos machucar, já que a batida foi realmente muito forte.
O carro nos prensou contra a parede do prédio, nos mantendo presas ali.

Abri os olhos e estávamos prensadas contra a porra da parede, não dava para abrir nenhuma das portas do carro. Eu estava vivendo tudo de novo, em uma porra de uma estrada ensanguentada. Correndo risco de perder meus dois amores e totalmente impossibilitada de fazer qualquer coisa.

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