capítulo 14

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"to cut"

Billie

Passei o dia inteiro tentando me concentrar ao máximo nos negócios, me escondendo atrás de documentos e relatórios. Felizmente a secretária substituta que tive que contratar, é eficiente, não tanto quanto Emma.

Porém, é capaz de realizar um bom trabalho.

Já era tarde, passava de meia noite e eu ainda estava lá, esfregando os olhos afim de diminuir o cansaço das vistas. Vi a tela do meu celular se acender pela milésima vez com a foto de Finneas. O ruivo já está me ligando a horas, mas como todas as outras vezes, apenas ignorei.

Não queria falar com ninguém, queria ficar do jeito que estava. Sozinha. Eu era melhor só, assim não decepcionaria ninguém e ninguém me machucaria.

...

Passei pela porta tentando fazendo o mínimo de barulho possível, a tranquei e fui caminhando com passos suaves e lentos tentando não acordar ninguém. Não queria ver e nem conversar com ninguém, muito menos com a...

- Billie?

Só pode tá brincando comigo.

Me virei lentamente tentando recuperar minha respiração que a segundos atrás estava controlada. Que mania meu corpo tem de reagir a presença de Emma dessa maneira. A morena estava sentada á mesa da cozinha com uma xícara de café e se levantou assim que me viu chegar.

- ainda acordada, Emma?

Evito contato visual.

- 'pra falar a verdade - se aproxima o suficiente para que meu corpo se arrepiasse por inteiro.

- eu estava esperando você chegar.

- estou muito cansada agora, Emma - faço menção em sair ainda evitando seu contato visual, mas sou impedida por Emma segurando em meu pulso com força. Logo engulo o choro com a dor que sentia amedrontada que começasse a sangrar e ela percebesse o que tinha feito.

- eu realmente preciso conversar com vo...

Ela percebeu.

Emma franziu o cenho vendo o sangue atravessar a manga da minha blusa longa.

- está machucada?

- eu não quero falar sobre isso.

- eu posso te ajudar?

- Emma...

Assim que olhei em seus olhos, foi inevitável não me desabar em seus braços. De uma maneira tão estranha, seu abraço era tão confortável, me trazia uma sensação de conforto que eu nunca poderia explicar.

- seja lá quem fez você fazer isso, não merece você. E nem uma de suas lágrimas, você é preciosa, Billie.

Emma me abraçava com força, enquanto afagava meus cabelos e por mais que meu rosto estivesse afundado em seu peito, não me dando visão ao seus olhos. Pela sua voz trêmula eu podia jurar que ela também chorava.

- precisamos cuidar disso, tá bom?

Minhas mãos já estavam encharcadas de sangue, as emoções afloradas me fizeram sangrar três vezes além do que deveria, para os pequenos cortes. Tá talvez não estivessem tão pequenos, mas também não deveria sangrar como se eu tivesse levado uma facada.

- posso? - já estávamos no meu quarto.

Assim que assenti lhe dando permissão, a morena colocou as mãos na barra da minha blusa, desfazendo todos os botões de baixo pra cima, inclusive os do pulso e retirando as mangas lentamente evitando ao máximo o contato da blusa com o local ferido para não me machucar.

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