capítulo 34

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"everything i wanted"


Emma


Os barulhos das cirenes foram ficando cada vez mais altos e as luzes coloridas, cada vez mais próximas.

Eu estava desesperada, ainda chorava com Billie em meus braços, só pensando nela e em nosso filho. Em nossa família que nem havia sido formada ainda, e eu já estava correndo o risco de serem tirados de mim.

De novo, não...

Ouvi um barulho de caminhão, o carro tremeu com a sua aproximação e não demorou para ver o maldito carro que bateu em nós, ser arrastado para longe.

Uma figura que eu não soube identificar no momento, se aproximou do vidro embaçado e bateu na janela do banco em que a Billie estava, eu estiquei minha mão tentando o fazer descer, mas com o carro desligado não funcionaria. Então abri a porta.

Quando a porta abriu, vi que era um bombeiro. Já preparado para nos tirar do carro.

- por favor me ajuda, minha mulher está desacordada, eu estou grávida e não sei o que aconteceu com o meu bebê - disse chorando, entre cortadas pelos soluços.

- nós vamos ajudar vocês, só peço por favor que tenha calma.

Assenti e ele se afastou chamando outros bombeiros que vieram com uma maca.

Dois deles se aproximaram, pegando Billie lentamente do meu colo e a colocando ali em cima.

- ela está desacordada a quanto tempo, senhorita? - ele perguntou com calma.

- eu não sei. Quando abri os olhos ela já estava desacordada, não sei quanto tempo estamos aqui - respondi chorando.

Eles ajeitaram a Billie na maca e levaram ela as pressas para a ambulância, enquanto eu ainda estava no carro.

- agora vamos retirar você - disse o bombeiro - está sentindo alguma dor que a impossibilite de andar, pelo corpo?

- não - neguei com a cabeça - eu consigo.

Ele ficou da porta do carro com a mão estendida para mim. Eu tirei meu cinto, e fui levantando lentamente. Meu corpo estava um pouco dolorido mas eu conseguia andar. Só estava com um pouco de cólica, que eu pedi a Deus para ser apenas mais um sintoma da gravidez e não o que eu estava pensando.

Eu não suportaria.

Segurei em sua mão para sair, ele me deu uma capa de chuva já que estava caindo um temporal. Fomos andando até a ambulância.

- eu quero ir com ela - disse chorosa olhando Billie deitada naquela maca, sem nenhuma reação. Eu não queria que isso acontecesse, mas se fosse assim, eu queria estar com ela nos seus últimos momentos. Eu queria poder me despedir e dizer que sempre a amei mesmo quando não quis e que vou ama-la até o dia em que eu morrer.

- tudo bem, você pode ir - ele me ajudou a subir na ambulância e eu me sentei ao seu lado. Eu queria poder agarra-la e beijar até chegar no hospital, eu queria chorar em cima dela e implorar para ela acordar. Pra não me deixar.
Ela não se mexia, minha cabeça começou a doer muito e me dar tontura. A ferida que havia nela, começou a sangrar mais ainda incessantemente. A cólica na minha barriga parecia estar ficando mais forte.

Meu desespero só aumentava, eu não podia estar perdendo os dois amores da minha vida, não podia.

A enfermeira que estava na ambulância percebeu o meu estado e me deu um medicamento para nem sei o que.

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