capítulo 23

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"Bellyache"



Emma

Já era noite, eu estava sentada no sofá vendo um programa de tv aleatório quando Becca apareceu da cozinha dizendo que estava com preguiça de cozinhar, eu me ofereci quinhentas vezes mas ela realmente queria me tirar de casa. Ela me chamou para irmos comer alguma fora, eu exitei, pra ser sincera a ideia de me levantar e mover 200 músculos a cada passo, 'pra me misturar em uma multidão de pessoas e tentar centralizar a minha cabeça em algo em meio a músicas, sons altos, conversas e discussões.

Argh, isso é tão deprimente.

A vida é deprimente.

- ah, qual é Emma, por favor. Desde que você chegou aqui, você só anda do quarto até a sala - ela insisti e cruza os braços balançando a cabeça em negação - você tá numa depressão que só.

- nem adianta insistir, eu não vou.

Voltei a me concentrar no programa aleatório que estava vendo, ela veio até o sofá e tomou o controle da minha mão desligando a televisão.

- eu estava vendo isso!

- não Emma, você vai até o quarto, vai pegar uma roupa, vai tomar um banho por que está precisando - ela da ênfase e eu viro os olhos - e nós vamos sair, abriu um restaurante de comida mexicana não muito longe daqui, quero experimentar os tacos e...

- desde quando você gosta de tacos? - franzi a testa.

- eu não disse que gosto, eu disse que quero experimentar - deu de ombros - vai.

Me dei por vencida, eu sabia que ela não iria desistir até pisarmos o pé fora de casa. Escolhi uma roupa confortável, nada de mini saias nem blusas curtas. Percebi que entre as roupas que tinha trazido, acabei pegando sem querer um conjunto de moletom que Billie havia me emprestado quando estava na casa dela.

- vai ser você mesmo - separei as duas peças, guardando as outras que havia pegado.

- qual é a chance da gente encontrar a Billie em qualquer lugar? - dei de ombros e coloquei o conjunto de calça e casaco três vezes maiores que meu corpo, mas isso não era um problema.

- Emma, já está pronta?

Becca gritou do outro lado da porta com uma voz um pouco impaciente.

- já.

Abri a porta e ela franziu a testa me olhando de cima a baixo, da cabeça aos pés.

- essa roupa não é sua.

- é da Billie - rolei os olhos, seu nome pesou em minha boca.

- não me diga que está usando a roupa dela pra matar a saudade? Que coisa brega, Emma. Por Deus - ela revirou os olhos se virando e andando em direção a porta e eu faço o mesmo.

- não! Quer dizer, é... Na verdade eu não estava pensando exatamente nisso.

Curvei a postura com um pouco de vergonha.

- meu Deus quanta boiolice - ela revirou os olhos mais uma vez e dessa vez me senti um pouco ofendida com a maneira que ela estava falando.

- você não é bem a pessoa a certa 'pra falar disso. Preciso te lembrar o que você fez no dia dos namorados ano passado? Se quiser te refresco a memória! - disse ríspida.

- não precisa ficar nervosa Emma, só estou brincando - se justificou.

- mas eu não - disse mais uma vez ríspida.

- você está mais emotiva do que o normal ultimamente, sabia? - cerrou os olhos - está enjoada... - ela para na minha frente, impedindo minha passagem.

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