Acordei com cinco ligações perdidas da Maya e vinte mensagens.
Ela ia me matar.
Gravei um áudio para ela extremamente barulhento enquanto me trocava e procurava a chave pelo apartamento. Eu sabia que sair para beber ontem não daria certo, mas não pude recusar o convite de alguns dos meus amigos daqui.
Olhei no relógio e eu já deveria estar no aeroporto. Tinha prometido ontem que ia buscar a minha irmã quando ela chegasse aqui pela manhã para uma reunião a tarde... Apenas esqueci de colocar o despertador, e se eu coloquei, não escutei.
Eu sabia que Maya ia me matar, mas precisava me concentrar primeiro na reunião da tarde. O clima na empresa estava tenso, principalmente depois que os últimos relatórios mostraram que não estávamos avançando como esperávamos. Precisávamos discutir novas estratégias, e eu sabia que a Valentina estaria lá. Não tinha falado com ela desde que... Bem, desde que as coisas ficaram estranhas entre nós. A ideia de encará-la novamente na sala de reuniões me incomodava, mas não podia evitar. Ela era fundamental para o projeto, e eu não tinha escolha.
Assim que terminei de me arrumar, saí correndo para o aeroporto. No caminho, não consegui parar de pensar em como seria a reunião. A Valentina sempre foi direta, nunca hesitou em apontar os erros ou em me lembrar das decisões que eu deveria ter tomado. Dessa vez, eu não tinha a menor ideia de como as coisas iam se desenrolar. Estávamos numa fase complicada, e eu precisava encontrar uma forma de separar o pessoal do profissional.
O trânsito não ajudava, e a cada minuto que passava, imaginava a expressão de Maya quando finalmente a encontrasse. Ela com certeza estaria furiosa.
Ao chegar ao aeroporto, não precisei de muito tempo para encontrá-la, de braços cruzados e batendo o pé no chão com seu salto enorme impacientemente. Sua expressão confirmava o que eu já sabia: estava prestes a receber um sermão.
— Finalmente! Onde você estava? — Perguntou, com aquele tom de voz que só uma irmã mais velha consegue usar, mal dando tempo para eu me justificar. — Sério, você não pode estar falando sério!
— Me atrasei, desculpa. Noite longa... — Respondi, tentando não soar tão culpado.
— Claro, claro. E eu aqui pensando que você tinha se tornado mais responsável, principalmente com uma reunião dessas em poucas horas. — Ela revirou os olhos, pegando sua mala. — Vamos logo, porque estamos atrasados.
Ela não parecia convencida, mas apenas suspirou e começou a caminhar em direção à saída do aeroporto. Eu sabia que estava na mira dela, mas decidi adiar qualquer outra explicação até chegarmos à empresa.
No caminho para a empresa, o silêncio entre nós era denso. Eu sabia que Maya estava chateada, mas o que me incomodava mais era o fato de que eu precisava levá-la direto para o laboratório de Valentina. Por mais que eu tentasse evitar o pensamento, a imagem de Valentina surgia na minha mente, e junto dela, a tensão da última vez que nos falamos.
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química || matteo & valentina
Random"Livro 5 da Série Barcelona" Assim como em toda empresa, a Azenez não foge do padrão das regras clássicas: sem relacionamento entre os funcionários. Matteo, o herdeiro e rebelde que adora quebrar regras desde criança, passou por cima dessa regra esp...