Eu estava decido a falar com a Valentina uma outra vez. Podia estar sendo chato? Com certeza, mas eu não havia desistido ainda, e uma das melhores qualidades e defeitos da minha família é ser insistente quando precisa.
Não queria que esse fosse o final entre nós dois. Eu tinha errado, sabia disso, e agora eu queria resolver, mas o meu medo, era que fosse tarde demais. Mesmo assim, eu ainda estava disposto por lutar, afinal, tudo o que aconteceu foi culpa minha.
Acordei com a cabeça pesada, mas com uma sensação de determinação que não sentia há dias. A luz do sol entrava pelas cortinas, invadindo o quarto com um calor que parecia me impulsionar a levantar. Eu sabia o que tinha que fazer. Já tinha perdido tempo demais fugindo das conversas difíceis, empurrando as situações com a barriga e tentando fingir que tudo ficaria bem se eu apenas deixasse o tempo passar. Mas agora era diferente. Não podia continuar assim. Eu precisava resolver as coisas com a Valentina, custasse o que custasse.
Sentei na beira da cama e esfreguei as mãos no rosto, respirando fundo. A imagem de Valentina me encarando com aquele olhar desapontado ainda me assombrava, mas ao mesmo tempo, me impulsionava a agir. Se eu a deixasse ir assim, sem lutar, seria pior. Ela merecia mais de mim. Nós merecíamos mais.
Levantei com mais firmeza do que esperava, tomei um banho rápido e me vesti com a primeira roupa que vi. Hoje, eu iria para a empresa, mas não seria como os outros dias. Não iria me esconder atrás de papéis e e-mails, não fingiria que as coisas estavam normais. Eu tinha uma missão, e só sairia de lá depois de falar com Valentina.
Quando saí de casa, o ar da manhã era fresco, o que contrastava com o nó no meu estômago. Dirigi para a empresa, minhas mãos apertando o volante enquanto meus pensamentos corriam mais rápido do que eu podia processar. Tinha um milhão de coisas que eu queria dizer a ela, mas será que alguma delas seria suficiente? Será que havia algo que eu pudesse fazer para consertar o estrago?
Assim que estacionei o carro na garagem da empresa, a ansiedade me atingiu de uma vez. Por alguns segundos, fiquei parado, olhando para o espelho retrovisor, como se estivesse esperando que alguma resposta surgisse ali. Respirei fundo uma última vez antes de sair do carro, ajustando o paletó como se isso fosse me dar algum tipo de armadura para o que estava por vir.
Entrei no prédio decidido, ignorando as pessoas ao redor, e fui direto para o elevador. Aquele percurso que eu fazia todos os dias parecia mais longo agora, como se cada passo aumentasse o peso sobre os meus ombros. Quando as portas do elevador se abriram no andar do meu escritório, fui recebido por uma surpresa. Cinthia estava ali, do outro lado, com uma expressão que misturava preocupação e curiosidade.
— Matteo? — Ela me olhou com aquela forma perspicaz, como quem sabia exatamente que algo estava errado. — Como você está?
Suspirei, parando por um momento. Cinthia e eu éramos melhores amigos, e eu sabia que ela já sabia o suficiente sobre o meu estado emocional para que qualquer mentira soasse ridícula.
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química || matteo & valentina
De Todo"Livro 5 da Série Barcelona" Assim como em toda empresa, a Azenez não foge do padrão das regras clássicas: sem relacionamento entre os funcionários. Matteo, o herdeiro e rebelde que adora quebrar regras desde criança, passou por cima dessa regra esp...