Capítulo 13

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                                      Jenna

Eu ando até a janela do meu escritório e olho para fora, onde uma pequena tenda está montada no jardim lateral. Levo o copo à boca, sorvendo um gole do meu uísque, conferindo a movimentação do buffet que minha avó contratou de última hora. Rio levemente recordando-me da expressão de puro choque em seu rosto quando a visitei hoje pela manhã, convidando-a para a cerimônia no final da tarde. Meus planos eram fazer isso no cartório mesmo, sem alardes, apenas Emma, eu e pronto. Dona Magnólia fez seu costumeiro show de chantagem emocional e acabei cedendo com a condição de que fosse um jantar íntimo. Os convidados são, minha avó festeira, Aliyah, Hunter e a intrometida da Natália, porque deselegante deixá-la de fora, sendo irmã do meu único amigo e advogado da minha empresa.

Natália na sabe da natureza do meu casamento, porém. Não contei nada para minha avó também. Ela não entenderia. Basta deixá-la feliz como está desde o momento em que lhe dei a boa nova. Mesmo tendo ficado compreensivelmente desconfiada por eu nunca ter mencionado nada antes, seu desejo pela primeiro bisneto suplantou tudo o mais. Não apresentei Emma ainda. Ela saiu bem cedo um spa, sugestão da nova personal stylist. Chegou ainda há pouco e está se preparando em seu quarto. Minha avó está coordenando o jantar pessoalmente. Ela sempre adorou organizar um evento. As festas de dona Magnólia sempre foram as mais disputadas na sociedade paulista. Lembro-me de muitos jantares em sua casa quando eu e Aliyah íamos passar as férias. Era com ela que passávamos as férias, não com nossos pais. Surpresos? Não fiquem, meu pais eram dois fodidos que nunca deveriam ter tido filhos. Nos víamos muito pouco. Essa foi a razão de eu não derramar uma lágrima sequer quando morreram. Eles eram como desconhecidos pra mim. Não tinha porque fingir o contrário.

— Obrigada por não exigir que eu vestisse a porra de um terno, Jenna. – a voz jocosa de Aliyah me faz olhar de lado. Ela está saboreando seu uísque também, olhando a tenda lá fora. Usa uma de suas jaquetas de couro escuro. Pelo menos essa é mais social e colocou uma camisa branca por baixo, mesclando sobriedade com sua irreverência. Seu olhar escuro gira para mim e seus olhos estreitam ligeiramente, me analisando. — Ainda dá tempo de voltar atrás com essa loucura, irmã.

— Ela não vai votar atrás. É teimosa demais para isso, Aliyah. – a voz de Hunter soa do meu outro lado e eu a olho, bufando.

— Onde está Natália? Não estava na interminável lista de convidados? – ironiza. Aliyah é tão idiota.

Hunter ri um pouco e toma um gole de sua bebida também.

— Ela preferiu não vir. Está estudando um caso complicado que pegamos nessa semana.

— Ainda bem. – eu digo sem nenhum constrangimento. — Não estou no clima para os comentários ácidos de sua irmã.

Aliyah ri e Hunter bufa.

— No seu caso, é sinceridade, Jenna. – rosna, defendendo a mulher implicante.

— Que seja. – eu bufo, tomando o último gole e caminho de volta para a mesa, depositando o copo vazio. — Conseguiu terminar o contrato que estamos propondo aos gregos? – pergunto, ajustando minha gravata calmamente.

Ouço o bufa de Aliyah às minhas costas e me viro.

— Só você mesmo para estar falando de negócios poucos minutos antes de se casar, Jenna. – minha irmã balança a cabeça e vira seu copo.

— Esse casamento não tem nenhuma importância, Aliyah. – dou de ombros. — Para mim é um contrato como qualquer outro que terei que assinar.

Aliyah grunhe, andando para perto e deposita seu copo vazio sobre a mesa também.

A dívida - jemma Onde histórias criam vida. Descubra agora