Capítulo 8

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Emma

Solta meus pulsos e coloco minha testa em seu ombro, resfolegando. Meu Deus! O que foi isso? Espasmos secundários espiralam em meu corpo. Puxa os dedos devagar de dentro de mim e eu gemo. Com os olhos fixos no meus, lambe a mão toda lambuzada, sugando um a um os dedos sujos com o meu gozo. Jesus Maria José... Minhas pernas mal me sustentam quando ela se afasta. Fica há alguns bons passos de mim, o olhar passa pelo meu corpo nu, levemente suado. Ela está toda composta, nada de respiração ofegante como eu. Puxa um lenço do bolso do terno e limpa a mão, a imagem da mulher elegante. Seus olhos voltam a ser frios e inflexíveis quando me diz:

- Arrume suas coisas, Emma. Vamos pegar o jato de volta para o Brasil dentro de duas horas.

Eu arquejo, meu peito subindo e descendo. Toda a satisfação do gozo me abandona e meu olhos se enchem de lágrimas. Ela rola os olhos e encara o relógio caro em seu pulso.

- Por favor, eu tenho uma vida aqui. - eu pego o roupão do chão me cobrindo. Vergonha tardia caindo sobre mim. Deus! Eu a deixei me tocar. Não apenas isso. Eu... gostei, ansiei por isso.

- Não tem mais. - retruca laconicamente. - Já resolvi tudo. Sua matrícula na escola de dança foi encerrada, o contrato desse apartamento foi passado para a sua colega de quarto...

- Como fez tudo isso? - indago atônita e revoltada pelas suas medidas despóticas.

- Cheguei há dois dias. - diz como se apenas esse fato explicasse seus desmandos em minha vida. As lágrimas queimam meus olhos á medida que ela revela como descontruiu c
ada tijolo da vida que estava construindo aqui.

- Por favor, não tenho paciência para joguinhos e birras infantis. - agora vá arrumar as suas coisas.

- Eu te odeio! - explodo, limpando meu rosto com raiva. - Vai pagar pelo que está fazendo comigo!

Os olhos gelados me fixam imperiosamente.

- Não, Emma, você é quem vai pagar. - rosna baixo. - E quem disse que me importo com seus sentimentos? - me olha de cima a baixo. - vou te comer, menina. Apenas isso. - ri cínica e maliciosamente, tocando a ponto do lenço em seu bolso. - Tesão, química, nada tem a ver com amor.

Eu corto a distância entre nós e a pego desprevenida com um tapa forte em seu rosto. Imediatamente cubro minha boca com as mãos. Meu Senhor! Chegue me toma. Nunca fui assim, agressiva. Abro a boca lara falar, mas seus olhos são lagos gelados sobre mim agora.

- Eu só vou dizer mais uma vez, Emma. - seu tom é mortal. - Vá. Arrumar. Suas. Coisas. Porra!

Dessa vez eu não discuto. Me viro e entro no quarto, fechando a porta e me recostando a ela. Oh, meu Deus! Meu corpo está todo tremendo, sem controle. O que será da minha vida com essa mulher?

São Paulo... Brasil

Emma

Eu acordo sobre um colchão e lençóis muito macios, cheirosos. Mmmm, sorrio, me esticando, ainda de olhos fechados, meu corpo gostando desse tratamento após alguns meses dormindo numa cama de solteiro horrível. Esse pensamento me faz arregalar os olhos, os acontecimentos da noite de ontem sendo procesados. O que? Eu ofego com as imagens invocadas. Jenna Ortega. Ela foi atrás de mim e me obrigou a voltar para cumprir um acordo imoral. Serei sua prostituta pelo tempo que a mulher ridícula me quiser. Mais imagens voltam em meu cérebro ainda lento do sono e gemo, mortificada. Eu a deixei me foder com os dedos, chupar meus seios e me fazer gozar. Me comportei exatamente como ela quer: uma puta, me dando sem nenhuma vergonha. Meus olhos correndo pelo cômodo semiescuro e silencioso. É um quarto enorme. A cama que estou é absurdamente grande, lençóis de aparência extravagante e cara deslizam em meu corpo.

A dívida - jemma Onde histórias criam vida. Descubra agora