Capítulo 6

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Jenna

O trabalho me toma metade da manhã. Já passava das dez quando informei meu motorista que iríamos para Moema, o novo endereço dos Myers. Jeremy foi obrigado a devolver cada centavo que me roubou e isso não lhe deixou escolha, senão voltar para o seu antigo apartamento, sem vista para o Ibirapuera. Não consigo evitar a ironia. O imóvel já era muito bom, mas, a ganância falou mais alto e o homem achou que podia subir usando minhas malditas costas de trampolín. Por falar no homem, meu estômago torce em desconforto ao recordar que sofreu uma queda de um cavalo há alguns meses e está em coma desde então. Por isso, Hunter está tão sensível sobre minha intenção de seguir o acordo. Eu não vou recuar. Não é culpa minha se Jeremy caiu, literalmente, do cavalo. Jenna Ortega nunca volta atrás em sua palavra. Além disso, Winona, a mulher de Jeremy, sabia de todas as falcatruas do marido.

A maioria dos imóveis foram encontrados em seu nome. Ela sabia que o salário do marido, por maior parte que fosse, não daria conta de cobrir todos os luxos que passaram a ter de cinco anos para cá.

Então, o acordo prevaleceu. Ela me entregaria Emma, ou iria para a cadeia no lugar de Jeremy. Sendo justa, dei um ano para a menina atingir a maior idade. Deixando claro que me casaria com ela uma semana após ela completar dezoito anos. Isso foi na semana passada, agora, cá estou, me dirigindo para o segundo encontro com minha pequena bailarina. E, devo confesar, estou ansiosa. Não quis vê-la durante esse ano. Eu sabia que a tomaria ainda menor. Não que eu seja um exemplo de contuda, longe disso. Bufo, enquanto subo pelo elevador. Estou louca para possuir aquele pequeno corpo tonificado e flexível. Agora eu posso.

Quando a própria Winona abre a porta instantes depois de eu sair do elevador, Meu sentidos entram em alerta. A mulher está bem vestida e maquiada como sempre. Um sorriso amplo se abre em sua boca vermelha. Olhando assim ninguém diria que tem um marido vegetando sobre uma cama de hospital. Ela está radiante de uma forma desprezível.

- Por favor, entre, Jenna. - cantalora e eu passo para dentro da residência. Sigo pelo hall estreito que dá para uma sala grande e bem decorada, embora, muito diferente da outra. Penso maldosamente. - Sente-se, por favor. O que deseja? Um café, chá, uísque?

Eu permaneço de pé. Não vou dar a essa mulher a ideia de falsa intimidade comigo.

- Desejo algo. - falo baixo e calmo. - Emma. Traga-a para mim.

Ela engasga um pouco, então, limpa a garganta. Anda até um pequeno bar no canto da sala e serve uma bebida para si, entornando o copo de uma vez. Uh! Estamos apenas no meio da manhã...

- Sobre isso, Jenna... - se vira para mim, obviamente procurando as palavras certas. - Tenho outra proposta para você. Por que não nos sentamos e discutimos melhor? - fala forçando um sorriso.

Estreito meus olhos. O que diabo ela está fazendo?

- Prefiro ficar de pé. Fale. - digo seca.

Ela engole audivelmente e se serve de outra dose de uísque. Caralho.

- Emma. - rolo os olhos. - Minha enteada é muito jovem... apenas uma criança, Jenna. É impossível ela dar conta de uma mulher como você, se é que me entende... - lambe os lábios, os olhos correndo por mim, avidamente.

Eu solto um grunhido de desgosto. Que vadia. Espero que não me faça a proposta que estou pensando.

- Sofia, minha filha mais velha, está disposta a tomar o lugar da irmã mais nova no acordo. - continua, de uma forma muito condescendente. Parece quase falso o cuidado com Emma. Eu fico alerta. - Estamos tentando proteger Emma, que já está inconsolável com o estado do pai naquela cama de hospital... - tem o desplante de fungar um pouco, porém, seus olhos estão secos. - Pobrezinha. Sei que me compreende, não é? Sou apenas uma mãe querendo proteger sua menina. Eu cuidei de Emma ainda bebê. Sou a única mãe que ela conhece.

A dívida - jemma Onde histórias criam vida. Descubra agora