017 - "O passado nos assombra"

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Théo Davis

Eu apresentei a casa para a Liz, ela não pareceu me odiar enquanto eu mostrava a casa onde ela vai morar, que por sinal é minha.

Ela e a Maya subiram para arrumar seus quartos e eu e o Noah ficamos aqui em baixo. Não tinha muito o que fazer, a casa já estava mobiliada, estava limpa, então nós dois apenas ficamos aqui na cozinha conversando.

- Só faça o que ela te pediu, vocês poderão viver em harmonia.

Fazer o que ela me pediu? Nunca. Prefiro morrer.

- Não. - Respondi - Não estou interessado em viver em harmonia com ninguém.

- Eu não estou te entendendo. Desde que você voltou do colégio interno o plano era ignorar ela até você conseguir esquecê-la, agora você simplesmente desistiu?

Revirei os olhos com a burrice dele. Caramba, é tão fácil de entender.

- Eu não desisti. E você está errado, o meu objetivo não era esquecê-la, mas agora não faz sentido eu ignorar ela, nós estamos morando na mesma casa.

- O objetivo era o que então, pelo o que eu me lembre, você estava a ignorando para esquecer a paixonite que tem nela desde que se conhece por gente. - Seus lábios se curvaram em um sorriso sarcástico, o que me fez querer arrebentar seu rosto.

- Paixonite? Você não sabe o que fala. - Levantei o dedo do meio para ele - O meu problema com a Liz não se trata de uma paixonite. Eu não sou você, que se apaixona pela primeira garota que aparece na sua frente.

Eu nunca gostei da Liz. Aquilo que aconteceu foi apenas uma confusão da infância. Eu estava passando por uma fase difícil da minha vida, pensei que gostava dela, porque eu achava que precisava de alguém, mas logo depois descobri que eu consigo lidar com tudo sozinho. - cheguei a essa conclusão a pouco tempo, quando percebi que ela estava seguindo a vida dela - Porém, isso não muda o fato de eu me importar mais do que devia com ela, caramba, eu vi essa garota crescendo, é claro que eu iria me importar.

O Noah ficou em silêncio, ele sabia que eu estava certo. Ele se apaixona por qualquer uma, eu estou impressionado que esse ano ele ainda não tenho se apaixonado por ninguém.

- Ela rasgou o banco do seu carro - O Noah me lembrou como se eu pudesse me esquecer.

- Ela pode rasgar o que quiser, eu não me importo com bens materiais. Deixe ela estragar o que quiser.

Eu tenho dinheiro o suficiente para pagar por tudo que ela estragar, não fiquei bravo pelo banco do carro, pelo contrário, eu achei que demorou bastante para a Liz agir, essa personalidade vingativa combinou com ela. Não estou preocupado com as consequências, porque ela sabe que precisa de mim.

- Não vou falar mais nada para você, Théo, você nunca me ouve.

Essa é a décima vez que eu escuto essa frase nesse ano e ele nunca consegue ficar sem falar nada. Eu preciso do Noah para extravasar sobre algumas coisas, ele sabe sobre metade da minha vida, porém as vezes o espírito de psicólogo dele me irrita profundamente.

Uma música alta começou a tocar, eu tinha me esquecido do detalhe de que as meninas estavam aqui. Tenho certeza que essa música está vindo do quarto da Liz, quem mais ouviria Lana Del Rey no último volume?

- Como vai os preparativos para a sua festa?

- Vão indo. Não tem muito o que preparar, é só bastante bebida e música alta - O Noah me respondeu com um sorriso divertido.

Eu concordaria se a minha irmã não estivesse nessa festa. Eu nunca proibi a Maya de beber, mas não gosto que ela esteja nessas festas, só que não posso impedi-la de ir.

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