Young Lady (Temporada 1)

A busy week

Piper destrancou a porta do apartamento com uma sensação diferente no peito, o cheiro abafado do ambiente a atingindo em cheio. As últimas semanas haviam sido as mais loucas – e maravilhosas – em muito tempo. Era difícil acreditar no rumo que tudo aquilo tinha tomado e que agora as três estavam juntas. 

Juntas. 

Piper sorria atoa.

Abriu as janelas para arejar o local, tomou coragem e deu uma geral em tudo antes que Polly chegasse. A amiga havia avisado que estava a caminho e chegaria pouco depois das dez da manhã. Felizmente, não havia muito o que fazer, então logo Piper estava de banho tomado, vestindo uma roupa confortável e terminando de preparar o café. O aroma de casa limpa somado ao de café passando trazia consigo a certeza de um lar. Bebeu um gole do café fresquinho e sorriu ao ouvir o barulho das chaves na porta.

— Pipes! – Ela deixou a mala onde estava e correu até a amiga, que apoiou a xícara no balcão e a apertou em um abraço. — Que saudade!

— Pensei que não fosse mais voltar! – Piper se afastou para olhá-la e riu quando Polly semicerrou os olhos para ela. Estava corada de sol, com aquele aspecto saudável de garota do interior. Parecia a Polly que ela havia conhecido a três anos atrás.

— Conta outra, Piper Chapman! – Polly riu, se sentando à mesa. — Você estava adorando morar com as coroas.

— Ei, não fala assim delas!

Polly caiu na risada.

— Ai meu deus, a coisa é séria! – Observava a amiga servir seu café. — Vai! Me conta tudo!

— Não quer me contar como foi sua viagem primeiro? – Piper deslizou a xícara em sua direção. — A história é longa...

— Não tenho nada de interessante pra contar. – Polly bebericou o café. — Meus pais estão bem e foi tudo ótimo! Eu tava realmente precisando desse tempo, sabe? Mas de resto... nada demais. – Pousou a xícara na mesa. — E como foi em Ogunquit? Você nem se despediu de mim, sua vaca!

Piper riu.

— Eu não estava bem, Poll. Não queria deixar você pra baixo também.

Polly assentiu. Piper já havia contado toda a história até a festa na mansão.

— Podia ter me chamado antes de ir, eu dava um jeito de te ajudar.

— Ouvindo assim parece até que é um doce... 

— E eu não sou? – Polly sorriu, tirando a jaqueta. — Vai, conta logo! – Tamborilou os dedos na mesa. — Quero saber de tudo!

— Tá bem – Piper riu.

Conversaram pela hora seguinte e Piper lhe contou tudo: desde a resolução do mal entendido, a forma como a ajudaram e a trataram, até o encontro surpresa no Observatório Griffith. Quando chegou a esta última parte, Polly sorria feito boba.

— Não acredito que elas fizeram isso! – Olhava para Piper como uma adolescente. — Isso é tão fofo, Pipes!

— Sim! – Piper sorria. — Eu... eu gosto delas, Polly. De verdade, eu realmente gosto. Acho que nunca me senti assim.

— Eu sei disso – sorriu. — Tava na cara que você sentia algo por elas, mas Piper... - Pareceu pensar um pouco. — E os programas? Vocês já conversaram sobre isso? Acha que vão lidar bem com o seu “trabalho”?

Piper assentiu. Agora vinha a parte difícil.

— Eu não vou mais fazer programa.

Polly não disse nada. Ficou ali, a olhando, pensando se ela falava a sério.