— Acorda, Pipes! Estamos atrasadas! - Polly a balançava, fazendo a loira resmungar.
— Atrasadas para o que, porra? – Murmurou, cobrindo o rosto com o lençol quando Polly escancarou as cortinas do quarto fazendo com que a luz do sol entrasse.
— Para a aula, ora! – Puxou o lençol e recebeu um olhar furioso. — Para o que mais seria?
— Ai, que merda! – Piper se sentou na cama, passando as mãos pelo rosto. — Minha cabeça está estourando! – Fechou os olhos novamente.
Polly balançou a cabeça:
— Eu já disse para não beber com clientes, ainda mais durante a semana. – Colocou um caderno dentro de sua mochila e outros materiais.
— Porra, aquele velho é nojento demais! – Franziu o cenho. — Eu precisava beber!
Polly riu.
— Quem era?
Piper mirou o vazio, como quem pensa em algo distante.
— Sam Healy. – Disse, uma expressão enojada no rosto.
— Urgh! Que nojo! – Polly ria alto. — Ainda bem que ele só me contratou uma vez. – Fechou o zíper da mochila. — Não sou tão boa atriz quanto você.
Piper semicerrou os olhos.
— Vai se foder, você é boa pra cacete! – Riu. — É que aquele velho gosta de loiras. – Se levantou, vestindo uma calça jeans que estava jogada sobre a escrivaninha. — Temos aula de que mesmo?
— História do teatro, Piper. – Polly a olhou sem acreditar. — Já estamos na metade do semestre e ainda não decorou a grade?
— Para que decorar a grade se tenho você para me dizer? – A loira riu enquanto vestia sua blusa. — Odeio aula teórica. – Revirou os olhos, calçando seus tênis às pressas. Deu uma olhada no relógio, estavam realmente atrasadas e o professor que lecionava a disciplina costumava pegar no seu pé.
— Eu também, mas fazer o que? – Polly colocou a mochila nas costas enquanto observava a amiga correr para o banheiro a fim de escovar os dentes. — Vamos, Piper! Aquele velho vai matar a gente! – se referia ao professor.
— Calma! Estou quase acabando! – Piper disse como pôde, a boca cheia de creme dental.
Piper havia se mudado de Ogunquit para West Hollywood a três anos para cursar Artes Cênicas. Sempre havia sido muito boa em teatro e atuar era definitivamente o que fazia de melhor. Sua mãe sempre a incentivou a correr atrás de seu sonho, ainda que seu pai não fosse de acordo: insistia para que ela cursasse Direito. Por isso, mesmo que não tivesse condições de mantê-la em Hollywood, muito menos de pagar seus estudos, Carol lhe entregou todo o dinheiro que haviam reservado para a faculdade de Direito e a incentivou a se inscrever na Universidade da Califórnia, aclamada no curso pela proximidade de Hollywood. Quando a carta chegou informando que havia sido aceita, não foi nenhuma surpresa: Piper era excelente aluna ainda que não estudasse muito.
A loira então deixou a pequena cidade situada no Maine, e com muitas lágrimas e esperança, despediu-se de seus pais. Bill Chapman continuava a não estar de acordo, mas tinha pouca ou nenhuma autoridade dentro de casa; Carol não era fácil. Piper conseguiu um emprego de garçonete em um dos bares locais e lá conheceu Polly, sua fiel escudeira. Com o tempo, ficaram bem amigas e passaram a dividir um apartamento. Polly também havia saído do interior da Califórnia para seguir o sonho de estudar Artes Cênicas em Hollywood e tinha a mesma ou pior condição financeira que ela.
Depois de algum tempo, o dinheiro que tinham, é claro, acabou e o que ganhavam no bar não era o suficiente para se manterem estudando e vivendo ali. Foi assim que, incentivada por Marisol, uma latina de pouco juízo que havia trabalhado no bar e também estudava teatro, mudaram de profissão. Piper relutou um pouco no início, diferente de Polly que aceitou imediatamente. Com o passar dos meses, Piper percebeu que precisaria fazer alguma coisa, do contrário teria que voltar para o Maine e definitivamente, não era isso que queria. Então pediu demissão do bar e começou a "trabalhar".
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Young Lady (Temporada 1)
Hayran KurguVivendo uma crise em seu casamento, Sarah Paulson contrata os serviços de Piper Chapman, uma jovem acompanhante de luxo. O que não imaginava é que com esse simples ato, mudaria suas vidas para sempre. Obs: Não há mudanças no enredo, apenas em diálog...