That's crazy!

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Ao chegar em casa, Alex tremia de nervoso. Havia feito o trajeto sabe lá deus como e ponderado muito sobre contar ou não a esposa. Por um lado, podia deixar aquele deslize no desconhecido, por outro, não escondia, não conseguia esconder nada de Sarah. As luzes estavam acesas, o que significava que ela estava em casa a esperando... A esperando! Se sentia tão mal pelo que havia acontecido que experimentava uma espécie de dor física que até então lhe era desconhecida.

Estacionou o carro na garagem e entrou na casa. Sarah assistia Tv, vestida em um de seus robes de seda. Estava tão linda! Deus, o que ela havia feito? A dor que sentia triplicou quando a esposa a recebeu com um lindo sorriso.

— Nossa, você realmente demorou – Ela disse, a observando colocar a bolsa no sofá. — Eu já ia te ligar para ver se estava tudo bem. – A fitou por um tempo, notando que Alex estava quieta demais. — Está tudo bem? – Seu sorriso morreu aos poucos. Agora estava de fato preocupada.

Alex se sentou no sofá oposto e passou as mãos pelos cabelos, respirando fundo. Não adiantaria adiar aquilo.

— Eu me encontrei com a Piper – disse de uma vez. — Em um bar.

Sarah ficou em silêncio por um tempo, absorvendo aquela informação. Meneou a cabeça em negativa, sustentando seu olhar. Tinha no rosto um semblante surpreso e preocupado.

— Amor – ela disse, mutando a TV —, eu achei que tivéssemos resolvido isso. – Sua voz era controlada, paciente. — Por que foi atrás da garota?

— Eu não fui atrás dela, Sarah. Eu a contratei. – Ela disse, observando com um pesar enorme a expressão da esposa ir da preocupação a uma triste compreensão.

— Vocês... – Sarah desviou o olhar, mexendo no robe em um gesto nervoso. — Vocês transaram? – A olhou nos olhos; eles estavam impassíveis.

Alex lembrou de como Sarah podia ser fechada. Sabia que ela estava guardando muita coisa naquele momento, estava escondendo muito do que realmente sentia e o fato de estar deixando transparecer algo só confirmava o tamanho da decepção que sentia.

— Não exatamente – Alex disse em voz baixa, desviando o olhar.

Sarah assentiu devagar, sentindo um bolo se formar em sua garganta. Tinha planos completamente diferentes para aquela noite e definitivamente não estava contando com aquilo.

— Seja mais clara, Alex. – Ela disse, séria, se sentando de frente para ela. Não tirava os olhos dela, e pela forma como a morena estava inquieta, ela já não tinha certeza de que queria saber.

Alex então contou o que havia acontecido da melhor forma que conseguiu, observando com uma crescente angústia a face impassível de Sarah, ouvindo a tudo com atenção. Quando ela terminou, a mulher balançou a cabeça e apoiou o cotovelo no braço do sofá, levando a mão a testa. Ela estava no mais completo silêncio e para Alex aquilo era pior do que se ela explodisse e a xingasse de todos os nomes possíveis.

— Amor, me desculpe, não foi a minha intenção, eu juro! – Alex disse, sentindo que se desesperaria a qualquer momento. — Eu só... queria saber o que você tinha visto nela, entender o que te levou a contratá-la. Eu estava insegura, fiquei achando que, sei lá... que fez isso porque não me desejava mais.

Sarah riu, amargurada, voltando a olhá-la nos olhos.

— Você realmente acha isso, Alex? – Perguntou, a encarando. — Realmente acha que eu não te desejo? Estou tentando me aproximar de você a meses, porra, e você sempre recua! Sempre! Mas no momento em que uma completa estranha enfia a mão entre as suas pernas, sua resistência simplesmente desaparece! – Ela se levantou do sofá, desligando a TV e indo em direção as escadas.

Young Lady (Temporada 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora