VIII - Descobertas ["EUDDATH" pt. 3]

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Já se passou um tempo desde que cheguei aqui.

Minha vida tem andado bem: vivo com Margareth, faço as tarefas de casas e tenho uma rotina leve junto a ela. É meio louco viver nesse mundo, pouco a pouco começo a esquecer do meu passo e nisso só vejo vantagens. Margareth é super gentil comigo, nós gostamos de jogar xadrez, colher flores e pintar quadros juntos, somos quase uma dupla de idosos.

Hoje é o 24º assobio da coruja e fomos colher margaridas para decorarmos a casa, quando vi algo que nunca havia visto alí.

— Margareth, olha!

[Imagem não-autoral]

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[Imagem não-autoral]

— Por que a surpresa? — ela diz enquanto colhe as flores.

— Eu não tinha reparado que havia um castelo aqui! — falo animado.

— Bem, alguém tem que mandar nesse vilarejozinho de merda.

Dei uma pequena risada e continuei. Não tinha reparado, até aquele momento, que havia um castelo alí, mas uma coisa eu sabia: eu irei escalar aquela montanha e entrar naquele castelo.

— Margareth, você tem enxada, corda, essas coisas?

— Claro que sim, mas apenas no sótão, então é como não ter.

— Por quê?

— Bem, faz anos que entro lá porque... quer saber, deixa pra lá, só não pode entrar e ponto final.

Quando chegamos em casa, eu dei para ela as flores e ela foi decorar a casa do lado de fora. Quando mais esperei, fui rapidamente a procura da chave do sótão, o primeiro lugar que procurei foi na gaveta do armário da cozinha onde ela guardava tralhas. Achei um amontoado de chaves e peguei todas para ir testar.

Uma das chaves me chamou a atenção (essa tinha formato triangular) então fui e a testei.

Ouvi cliques metálicos e um leve rangido, um grande sorriso se ergueu em meu rosto. Quando entrei, vi coisas velhas e empoeiradas. Decidi abrir um grande baú que havia alí, tentei abri-lo com uma das chaves que ainda estavam em minhas mãos e novamente consegui.

Dentro havia tudo que eu precisava, mas fiquei me perguntando "por que Margareth precisaria de uma adaga e um gancho de escalada?", ignorei minha pergunta. Notei que faltava uma mochila para as coisas, então deci para pegar uma que recentemente achei jogada na sala de estar. Peguei, subi novamente, desci e deixei guardado.

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"Ok, é agora" pensei, era tarde da madrugada e a Coruja do Anoitecer já havia assobiado. Me levantei do sofá (onde dormia), peguei minha mochila e sai de casa.

Andei por cima de cada fio de grama, vi casas de todo tipo, animais de todo tipo e flores de todo tipo, até chegar na montanha.

Sentei para descansar um pouco e analisar como eu iria subir tudo aquilo. Comi alguns biscoitos para saciar minha fome e bebi um garrafa inteira de água, peguei o que precisava e comecei a escalar.

As rochas da montanha eram lisas e irregulares, exigindo força e concentração a cada rocha que eu passava. As vezes, eu parava para recuperar o fôlego, pensava se tudo aquilo era realmente necessário, e então continua sua escalada. Em um certo ponto, mais um pouco da metade, eu vejo o nascer do Sol bem diante de seus olhos, era tudo muito lindo, o céu estava com um maravilhoso degradê de laranja e azul, o Sol parecia nitidamente modificado pois tinha o formato de um globo ocular onde a luz saia da pupila. Depois de alguns minutos ele retornou a escalada e, por estar acima da metade, ele logo chegou.

continua...

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