Capítulo| 03: O lobo e o cordeiro

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Morgana Hallow

Já não sentia mais os meus batimentos cardíacos, e não me atrevia a me mover. Havia uma arma em cima da ilha, e por trás dela, um homem com uma cara de poucos amigos. Era alto, e estava completamente encharcado, um completo monstro em baixo do meu teto. Meu corpo estremecia apenas com a ideia de quem ele poderia ser, e eu tinha a certeza disso, mas não queria acreditar.

— Ora, ora... O que temos aqui? — Um sorriso ladino finalmente surgiu em seu rosto. Um sorriso que não alcançou os olhos, e nem precisou. Aquilo era ameaça e prazer puros, como apenas um verdadeiro psicopata era capas de transformar toda ambiguidade em um só caminho. E esse caminho estava direcionado até à minha casa, até mim.

Recuei poucos passos. Seus braços estavam cruzados abaixo do peito, onde ele usava um uniforme em tons azul escuro e um cinza que não dava para diferenciar, já que estava molhado o suficiente apenas para ver as gotas de água caindo.

— E-eu sei quem você é. — Junto coragem, e mesmo gaguejando, tento manter a minha postura. — E-e se não sair agora da minha casa, eu vou ligar para a polícia!

Um silêncio constrangedor se forma entre nós dois, sendo levado apenas pelo som da música lenta que ainda toca pelo rádio e a chuva que aparentemente, não irá parar por hoje. Estou assustada, há literalmente um assassino na minha casa, e na minha frente. O que poderia ser pior do que isso? Pensei nas câmeras, desejava que pelo menos, isso, Lucian visse e mandasse quantas viaturas fosse possível para cá. Eu só precisava ganhar tempo.

Pelo contrário do que pensei, a minha ameaça não parecia fazer efeito. O homem tomba a cabeça para o lado, seus cabelos quase loiros se movimentando no processo, e uma gargalhada abafada escapa dos seus lábios. Ele está rindo de mim, assim como todo mundo. Até um louco, psicopata, me acha uma piada.

— Sabe quem eu sou? — O homem descruza os braços e se afasta do balcão em que estava encostado, pegando a arma em cima da ilha, o que deixou o meu corpo em alerta. Ele vai me matar. — Então... Deveria saber que me ameaçar é uma péssima ideia, querida.

Ele caminhava lentamente em minha direção, o cano da arma raspando contra o mármore em cima da ilha, provocando um ruído baixo em meio ao caos que se formava lá fora, e dentro de mim. Estava prestes a enlouquecer. Era assim que a minha vida finalmente acabaria?

— Diga. — Ele manda.

— C-como? — Ainda recuando alguns passos, Indago, confusa.

— Eu quero que você diga quem eu sou. — Sua voz, meio baixa e rouca, agora estava séria, em tem de aviso.

Me mantenho em silêncio, quando ele já está próximo o suficiente para que eu recue ainda mais, e sinta as minhas costas atingindo a geladeira atrás de mim. Engoli seco aquele nó que se formava na minha garganta e evitei encara-lo.

— Diga, ou eu terei que arrancar de você. — Seu corpo se pressiona contra mim, e eu sinto o cano da sua arma contra a minha têmpora esquerda.

Levanto o meu olhar, assustada. Estava tremendo, com medo dele e do que fará comigo depois disso. Era tudo psicológico, se realmente ele fosse quem eu pensava ser, brincaria com a minha mente até se cansar ou conseguir logo o que quer. Desejava que fosse dinheiro.

— É um assassino... — Meus lábios finalmente se mexem, enquanto os meus olhos capturam os seus. Eram claros, como mel. Sua barba por fazer em pelos claros e uma pequena cicatriz acima do lábio superior, que o cortava levemente. Havia muitas delas em seu rosto, que deixava a sua aparência robusta, embora, contra a minha vontade, eu notava o quão lindo ele era. Lindo, mas vestindo a pele de um assassino, e logo me mataria também. — U-um psicopata e...

Dark Redemption [Simon Riley]Onde histórias criam vida. Descubra agora