Capítulo| 05: Nas garras do lobo

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Morgana Hallow

Não tinha forças para me mover, não quando estava sob a mira de uma arma e um olhar fulminante. Ele era frio, da mais baixa espécie que existia, mas me deixava quente de uma forma que não conseguia explicar. Primeiro, retirou a blusa encharcada. Meu corpo vibrou com a imagem dos seus músculos perfeitamente desenhados, o abdômen definido, com aquele gominhos que você só encontra em atores malhados de filmes adultos. Por mais que eu tentasse desviar o olhar, não conseguia, mas me contive quando percorri aquele perfeito "v" que seguia até o meio de sua pelve, sumindo pela calça.

Depois disso, analisei suas tatuagens, ambos braços fechados com todos os tipos de desenhos que você consiga imaginar, e as cicatrizes espalhadas pelo seu corpo so ressaltaram a minha curiosidade.

— Meus olhos estão aqui em cima, querida. — Finalmente, diz, com aquele sotaque inglês que não pude parar tempo o suficiente para perceber antes. Engoli a saliva, que parecia apertada em minha garganta, ao ponto do som ecoar pelos meus ouvidos. — Não me parece tão assustada agora. Sente falta do seu marido?

Era óbvio que estava cassoando de mim. O sorriso divertido nos lábios, o semblante sério. Aquele homem não deveria ter menos de trinta anos, mas tinha atitude de alguém com vinte. Desviei o olhar, a tempo de sentir o meu rosto queimando. Tentei culpar o nervosismo, o medo da morte que era bem-vinda naquele momento. No entanto, era como tentar enganar o óbvio. Eu sabia que tudo aquilo era responsabilidade de uma só pessoa.

— Já tem as suas roupas. — Digo, evitando olhar enquanto ele arrancava a calça e vestia algo de Lucian. — Agora, deixe o meu quarto.

Meu pedido pareceu mais desesperado do que eu realmente gostaria de ter soado. Me sentia desconfortável com ele aqui, tanto em minha casa, pior quando estava num lugar tão intimo para mim. O zíper da calça jens sobe, e o seu olhar nunca deixou o meu. O homem ajeita a arma atrás da cintura, cachoalhando aquele fios quase dourados em sua cabeca. Nunca gostei de homens loiros, era o estereótipo péssimo para definir a beleza de alguém. Mulheres loiras, peitudas, silicones na bunda ou plásticas. O mesmo se enquadrava em homens. No entanto, aquele era diferente, intimidador, perigoso, e eu sentia na pele o que era estar de baixo do mesmo teto com alguém que poderia me quebrar no instante em que decidisse isso.

— Sua falta de hospitalidade me ofende, querida.

Inalo profundamente, revirando os olhos no processo.

— Você nem deveria estar aqui. Jamais abriria as portas da minha casa para um homem desprezível, assassino e criminoso! — Vocifero, mas no mesmo instante, me arrependo.

O homem já está perto, mas não parecia o suficiente para ele. Sua expressão continuava neutra, carregando apenas um mistério que pairava no ar. Tudo parecia tenso naquele instante, e eu me encolhia sob a grande sombra que o seu imenso corpo proporcionava. Era grande, perigoso, emanava o pecado, algo que alguém como eu, jamais experimentaria.

— É engraçado você dizer isso, Morgana. — Ele ri nasalmente, seus lábios se esticando, mas não o suficiente para alcançar as orelhas. Tentei não me deixar levar pelas leves covinhas em cada bochecha. Deus, por que ele tinha que ser tão lindo? — Se o único homem desprezível, assassino e criminoso que tanto acusa, dorme ao seu lado.

Aquilo me atingiu em cheio, mas não abaixei a cabeça. Eu sempre soube que Lucian era tudo isso, e ainda mais. Decerto, todos sabiam, mas ninguém se importava o suficiente para fazer algo, ao contrário de mim. Sempre fui fraca e inútil, talvez seja esse o motivo de que ainda permaneço nesse casamento arruinado.

Seus dedos alcançam o meu maxilar, agarrando a minha pele e me fazendo olha-lo.

— Mas você sabia disso, não é mesmo?

Dark Redemption [Simon Riley]Onde histórias criam vida. Descubra agora