O olhar de Gatria ainda era cortante enquanto ela varria a sala do trono. De onde estava, tinha plena visão dos presentes. O Conselho de Valquírias, todas ali presentes, formava um círculo ao seu redor, suas posturas firmes e vigilantes, como se cada uma delas estivesse pronta para saltar em ação ao menor sinal de perigo. O salão, antes silencioso, agora parecia pulsar com a energia contida de dezenas de guerreiras, todas unidas por uma lealdade inabalável à sua Grã-Rainha.
As tochas que iluminavam a sala projetavam sombras nas paredes, desenhando figuras que se retorciam e dançavam com o leve tremor das chamas. As Valquírias, com suas armaduras impecáveis e mantos que ondulavam como uma extensão de suas vontades, mantinham-se em posição, os olhos fixos em Gatria, esperando seu comando.
Entre as Valquírias, cada uma trazia uma presença distinta, refletindo o poder e a diversidade desse conselho.
Kaelara era a primeira a romper o silêncio, sua voz carregada de urgência.
__ Majestade, devo alertá-la de que há um risco em permitir o exílio dos antigos governantes __ disse Kaelara, seu tom firme e direto, como uma lança lançada com precisão. Suas palavras ressoaram no salão, trazendo um momento de silêncio enquanto as outras Valquírias aguardavam a resposta de Gatria.
O silêncio que se seguiu às palavras de Kaelara era denso, quase palpável. As Valquírias ao redor de Gatria aguardavam com expectativa, cada uma ciente da gravidade da situação. A declaração de Kaelara, carregada de urgência, tinha acendido uma chama de preocupação no coração do Conselho. Fiera, sempre uma presença calorosa e intensa, foi a próxima a falar, sua voz firme cortando o ar como uma lâmina aquecida.
__ Sim, Majestade, é necessário ter o controle de todos os seus passos __ acrescentou Fiera, seus olhos ardendo com a mesma intensidade de suas palavras. Ela sabia que o exílio dos antigos governantes poderia ser uma faca de dois gumes, uma ameaça que não poderia ser ignorada. Suas palavras refletiam essa preocupação, instigando a necessidade de vigilância constante.
Nimue, envolta em sombras, permaneceu em silêncio, mas seu olhar frio e calculista observava cada reação, cada movimento das presentes. Sua postura, com os braços cruzados sobre o peito, transmitia uma autoridade silenciosa, como se já tivesse ponderado todas as possíveis repercussões das decisões a serem tomadas.
Alissandre, com sua presença calma e controlada, permaneceu atenta, as mãos repousando levemente sobre o cabo de sua espada. Ela não se apressou em falar, mas seus olhos percorriam a sala, analisando a situação com a mesma meticulosidade que aplicava em batalha. Alissandre era o equilíbrio do Conselho, a voz da razão, sempre pronta para agir com precisão quando o momento exigisse.
__ O curso de Prythian, já foi definido. __ a voz de Gatria cortou o ar como uma lâmina.
O silêncio na sala se intensificou, enquanto as Valquírias processavam as palavras de Gatria. A força de sua presença era quase tangível, e cada Valquíria sabia que desafiá-la era um risco que poucos se atreveriam a correr. A Grã-Rainha continuou, seu olhar penetrante percorrendo as faces das conselheiras.
__ Os Grão-Senhores têm um papel a cumprir __ repetiu Gatria, sua voz ecoando na imponente sala do trono. __ Dentro ou fora do meu regime. __ Com essa declaração, ela estava afirmando não apenas seu controle, mas também sua determinação em moldar o futuro de Prythian à sua imagem.
__ Se me permite Grã-Rainha __ Alissandre interferiu pacifica.
Gatria virou-se para Alissandre, suas sobrancelhas levemente arqueadas, um sinal de que a Valquíria de asas brancas tinha sua atenção. A expressão de Alissandre era serena, mas havia um brilho de preocupação em seus olhos.
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Renegados
FanfictionAbandonada à própria sorte na Corte Invernal, Gatria sobreviveu à dor e à traição, moldando-se em algo muito mais poderoso do que qualquer um poderia prever. Em uma Prythian dividida entre o passado e a nova ordem, a batalha pelo controle das terras...